Macau vai presidir à AULP até 2017

A Universidade de Macau foi eleita para a presidência da Associação de Universidades de Língua Portuguesa (AULP) no triénio 2014-2017, disse à agência Lusa o vice-reitor Rui Martins.

 

A eleição dos novos corpos sociais foi realizada por unanimidade, na sequência da apresentação de uma lista única de consenso, durante o XXIV encontro da AULP, que decorreu na Região Especial Administrativa chinesa.

A Universidade de Macau, que ocupava, desde 2006, uma das vice-presidências da AULP para a Ásia-Pacífico, sucede à Universidade Lúrio (Moçambique) na liderança da organização.

A vice-presidência da AULP vai também ser ocupada pela Universidade de Coimbra (Portugal), Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil), e Universidade Mandume Ya Ndemufayo (Angola).

A secretaria-geral da AULP vai ser assumida por Cristina Sarmento, da Universidade de Lisboa. Já o Instituto Politécnico de Lisboa vai continuar a presidir ao Conselho Fiscal, onde o Instituto Politécnico de Macau vai manter a presença.

No triénio 2014-2017, a AULP vai continuar a dar prioridade à organização dos encontros anuais, tendo a associação decidido que o próximo será realizado em Cabo Verde, entre 15 e 17 de Julho de 2015, afirmou Rui Martins, que vai exercer a presidência da associação em representação do reitor, Wei Zhao.

O vice-reitor da Universidade de Macau explicou que a AULP vai continuar a apoiar o programa de intercâmbio da CAPES [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] – entidade brasileira equivalente à Fundação da Ciência e Tecnologia de Portugal -, o qual abrange mais de 50 projetos e envolve mais de 600 professores e alunos do ensino superior. “Os programas que estão a decorrer e que foram lançados no mandato anterior, de cooperação, por exemplo, do Brasil e dos países africanos [de Língua Portuguesa] e de Portugal são uma prioridade importante”, sublinhou.

Outro objectivo é o reforço da relação entre os diversos países de língua portuguesa, numa altura em que se assiste a um aumento exponencial do número de universidades. “Só em Angola e Moçambique são cerca de 100 universidades: 72 em Angola, e cerca de 30 em Moçambique. Há todo um espaço de grande apetência pelo ensino superior, e de investigação, e nós vamos contribuir o melhor que pudermos para essa contínua integração de universidades”, salientou, ao apontar que a AULP vai dar “especial atenção à ligação às universidades em Timor-Leste e na Guiné-Bissau”.

“Há todo um diferente nível de desenvolvimento nos diferentes países, que vamos procurar estimular”, adiantou, destacando, pela positiva, a recente criação de uma universidade em São Tomé e Príncipe, onde só havia um instituto politécnico.

Rui Martins invocou ainda a maior interligação entre a AULP e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: “A AULP é mais antiga do que a CPLP, e essa também é uma das áreas que estamos a tentar dinamizar, mas é um plano para o futuro”.

Outra das matérias a estudar é a questão da uniformização dos sistemas de avaliação das universidades lusófonas. “Mas não é uma área muito fácil, porque há um sistema de avaliação em Portugal, há outro no Brasil, os países africanos estão agora a começar a desenvolver os seus sistemas. É uma das áreas que vamos analisar, mas isto não é para um ano ou dois”, explicou.

A AULP vai continuar a atribuir anualmente o prémio Fernão Mendes Pinto, para a melhor tese de doutoramento no espaço de língua portuguesa, e a publicar a Revista Internacional em Língua Portuguesa (RILP), acrescentou.

Fundada em 1986, a AULP reúne cerca de 150 universidades públicas e privadas e institutos politécnicos nos países da CPLP e em Macau.