Antigo Hotel Estoril em Macau vai acolher escolas artísticas

O Governo de Macau anunciou que o histórico Hotel Estoril, sem funções há mais de uma década, vai acolher escolas artísticas, incluindo o conservatório de música.

 

O projecto faz parte de um plano de requalificação para a Praça do Tap Seac, onde fica o hotel, anunciado pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura Alexis Tam durante o debate sectorial das Linhas de Acção Governativa.

O Hotel Estoril, construído na década de 1960 e onde Stanley Ho iniciou a sua concessão de jogo, fechou portas nos anos 1990 e tem estado, desde então, desocupado.

Ao longo dos anos, foram vários os projectos pensados para aquele espaço, um exemplo de arquitectura modernista no território, incluindo o acolhimento da Escola Portuguesa de Macau, mas todos foram abandonados.

Perante a Assembleia Legislativa, Alexis Tam revelou o seu destino: “Pretendemos que o Hotel Estoril seja sujeito a um projecto de reconstrução para concentrar ali o ensino das artes e cultura. Por exemplo, com as escolas de música e dança do conservatório de Macau”.

Além destas escolas, o Governo deseja que as instalações do hotel “sejam um centro de formação artística onde os estudantes possam assistir a actividades extracurriculares de artes”. Está também prevista a reconstrução da piscina municipal do Estoril, adjacente ao hotel.

O objectivo, segundo o secretário, é que a praça do Tap Seac, que acolhe pontualmente feiras e exposições, se transforme “num centro de intercâmbio juvenil” e num complexo de artes, a partir das instalações do hotel”, criando “um local totalmente novo na cidade”.

Ainda no âmbito do ensino, Alexis Tam garantiu que será reforçada “a educação sobre a actualidade do país, a educação moral e cívica, a consciência do amor dos alunos pela pátria e por Macau”, numa referência à disciplina de “Educação Cívica e Moral”, conhecida como educação patriótica, que deve entrar nos currículos das escolas no próximo ano lectivo.

A introdução desta disciplina é vista com receio por alguns sectores da sociedade e foi fortemente repelida em Hong Kong.

O secretário indicou também que será lançado este ano “um plano de aprendizagem e intercâmbio no exterior para alunos distintos no ensino secundário, para que alarguem a sua visão internacional”.

No que toca às chamadas indústrias culturais e criativas, Alexis Tam assegurou que o Governo vai convidar empresas estrangeiras para se fixarem em Macau, de modo a desenvolverem esse sector.

Segundo o secretário, a asiática Sun Entretainment Culture Limited, que produz e distribui filmes, organiza concertos e planeia eventos, já se comprometeu a fixar-se em Macau. “Pretendemos promover a diversificação económica através do desenvolvimento activo, quer da indústria do cinema, quer de outras indústrias culturais e ela ligadas”, disse o secretário.

No sector do turismo ficaram prometidos novos produtos, como autocarros panorâmicos, espectáculos de rua, actividades turísticas nocturnas e esplanadas ao ar livre.