Portugal e Macau cooperam para ampliar difusão do português

Portugal e Macau vão reforçar a sua cooperação para ampliar a difusão do ensino da língua portuguesa em Macau, na China continental e na região da Ásia/Pacifico, anunciou a presidente do instituto Camões.

 

Ana Paula Laborinho recordou que Portugal “tem em Macau duas importantes estruturas, quer a Escola Portuguesa de Macau, quer o Instituto Português do Oriente (IPOR), que é a nossa maior estrutura no mundo”, com “cerca de quatro mil alunos a aprender português”.

Referiu que Macau deseja criar “talentos bilingues”, em chinês/português, e Portugal irá cooperar neste sentido com as estruturas que dispõem na região, nomeadamente o IPOR.

A presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (IC) falava aos jornalistas no final da I Reunião da Subcomissão da Língua Portuguesa E Educação/Comissão Mista Macau-Portugal, em Lisboa. “Há muitos anos que Macau tem vindo a ser a plataforma [de ensino da língua portuguesa] para a região [Ásia/Pacífico]. Recordo que, de há muito anos para cá, há mais de duas décadas, que mantém um curso de Verão para estudantes para toda a região da Ásia-Pacífico”, declarou a responsável do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, elogiando a actuação das instituições macaenses, nomeadamente o Instituto Politécnico de Macau.

“Temos um trabalho muito permanente com todas as instituições de Macau, muito particular com a Direcção de Educação e Juventude, e portanto, faremos tudo o que for necessário para estreitar estas relações com Macau, sabendo que já existe há longa data”, acrescentou.

Segundo Sou Chio Fai, coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), “Macau e Portugal têm ambos o interesse da divulgação da língua portuguesa na região da Ásia/Pacífico”. “O 12.º plano nacional da China define Macau como plataforma de relações comerciais e económicas entre a China e os países lusófonos e, neste momento, o governo da RAEM definiu Macau como plataforma de formação de talentos bilíngues, especialmente em língua portuguesa para a região da Ásia/Pacífico”, declarou Sou Chio Fai.

No que toca à língua portuguesa, disse o responsável macaense, há três níveis a serem explorados: a consolidação do ensino do português em Macau e na China continental, a colaboração para maiores oportunidades para alunos chineses estudarem em universidades portuguesas e a criação deste centro de formação de língua portuguesa na região da Ásia/Pacífico.

De acordo com Sou Chio Fai, há em Macau cerca de cinco a seis mil alunos a aprender português e seis instituições de ensino superior que estão a oferecer o português nas licenciaturas, mestrados e doutoramentos. “Da parte da China continental, 20 universidades estão a ensinar o português em licenciaturas, mestrados e doutorados e mais 10 estão a dar cursos de português. Há cerca de 100 professores de português e mais de 1.800 alunos a fazer cursos na China continental”, disse o responsável macaense.

Ana Paula Laborinho referiu ainda que a reunião permitiu também tratar de assuntos concretos, como resolver questões relativas ao reconhecimento de habilitações por parte dos estudantes que vem estudar para Portugal, apoiar projectos de escolas bilíngues que estão neste momento a ser criadas em Macau e o estreitamento das relações no âmbito da cooperação do ensino superior.

A presidente do IC sublinhou a importância da primeira reunião desta subcomissão mista para a difusão do português, referindo ainda que estes encontros deverão ser anuais.