Nova associação impulsiona português na Ásia

Associação de Estudos de Língua Portuguesa da Ásia tem como objectivo criar uma rede de contacto entre profissionais ligados ao ensino e investigação do português na região

 

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A criação da Associação de Estudos de Língua Portuguesa da Ásia (AELPA) é uma iniciativa particular encabeçada por Fernanda Gil Costa, directora do Departamento de Português da Universidade de Macau, e Carlos Ascenso André, coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau. O objectivo do novo grupo, apresentado em Abril deste ano, passa por criar uma plataforma de diálogo entre professores, investigadores e todos os interessados no ensino do português no continente asiático.

“A ideia é congregar e pôr a falar estas pessoas”, disse Carlos Ascenso André à margem da Conferência sobre o Ensino e Aprendizagem do Português como Língua Estrangeira, que decorreu na Universidade de Macau em Abril. O responsável salientou que “num continente com a dimensão da Ásia, estas pessoas não se conhecem, vivem desarticuladas e não têm um espaço virtual onde se relacionem”.

Ao nível do ensino superior, os profissionais que trabalham nesta área em países como a China, Tailândia, Vietname, Coreia do Sul, Japão, Timor ou Índia ultrapassam as duas centenas de pessoas. “Só no Interior da China, estamos a falar de cerca de 150 pessoas, em Macau são 100 e depois temos [profissionais] espalhados um pouco por todo o lado”, realçou o académico.

 

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A criação de uma plataforma digital deverá permitir aos membros dos vários países estarem em contacto permanente. “E a partir dessa plataforma podem ser lançadas iniciativas, como a organização de conferências, como faz a APSA (American Portuguese Studies Association) de dois em dois anos”, acrescentou na mesma ocasião Fernanda Gil Costa.

Os dois responsáveis sublinharam que a criação desta associação – a primeira do género na Ásia – é apenas o primeiro passo. Agora “esta pode ser o que as pessoas quiserem”, salientou Fernanda Gil Costa, explicando que houve o cuidado de redigir “uns estatutos muito minimalistas” para não “criar dificuldades a ninguém e para que todas as pessoas possam colaborar livremente”.

Carlos Ascenso André vincou ainda que, entre os países e regiões do continente asiático, Macau “tem a possibilidade de ter um papel nuclear no desenvolvimento de iniciativas desta natureza”. Apesar da nova associação estar a dar os primeiros passos sem apoios, o académico realçou que na RAEM “existem meios e disponibilidade”, associados a “uma vontade política dupla, que é a vontade política do Executivo da Região e do Governo Central”.