Macau acolhe encontro de mestres e atletas de wushu

O primeiro Encontro de Mestres de Wushu (arte marcial) de Macau começa amanhã, quinta-feira, e conta com cerca de 1.500 atletas e mestres de todo o mundo, que se reúnem para quatro dias de competições e demonstrações.

Esta será a primeira edição do evento, organizado pelo Instituto do Desporto (ID) de Macau, que tem como objectivo torná-lo um certame anual que consiga incentivar a prática deste desporto ancestral e atrair mais turistas.

O wushu, ou kung fu (a primeira designação é em mandarim enquanto a segunda é em cantonês), tem centenas de modalidades, mas o encontro de Macau irá destacar algumas das principais, como o Taolu (o wushu mais tradicional), o Sanda (combate semelhante ao boxe) e as danças do dragão e leão (comuns em dias de celebração).

O evento conta também com demonstrações de wushu de Shaolin, “uma das modalidades mais conhecidas, principalmente em outros países”, explicou à Lusa Lei Si Leng, chefe do departamento do ID responsável por grandes eventos desportivos.

As modalidades vão estar representadas na vertente de demonstração, executada por mestres (a maioria chineses), e de competição. Os atletas são cerca de 1.500, de várias províncias da China, de Taiwan, Hong Kong e de países como Portugal, Malásia, Singapura, França, Alemanha, Espanha, Turquia, Índia, Portugal, Egipto, Líbano e Itália. “Vamos ter competições de alto nível, em que convidamos mestres. Assim podemos garantir que temos alguma coisa para atrair os fãs de fora. Mas temos também competições para principiantes”, explicou Lei Si Leng.

O encontro, disse, pretende ter tanto uma vertente familiar como de alta competição. “Somos ambiciosos”, frisou.

No último dia, no domingo, haverá uma parada com todas as equipas, que começa nas Ruínas de São Paulo, passa pelo Leal Senado e termina na praça do Tap Seac.

Nesta primeira edição só a modalidade Sanda terá um prémio monetário, com as restantes a serem recompensadas com troféus ou medalhas.

Para a responsável do ID, Macau está numa posição privilegiada para realizar um evento de wushu, já que, por um lado, conta com vários praticantes locais e, por outro, consegue chegar mais facilmente a um público internacional, em comparação com a maioria das cidades chinesas. “Macau é pequeno, temos poucas pessoas, mas é a modalidade que está mais avançada a nível internacional. Em comparação com outras, o wushu já tem uma base [de praticantes]”, explica.

Além disso, “Macau está na China, de onde a modalidade é originária, e é uma boa base para preparar estes eventos”, indica. “Temos outros eventos, o voleibol, os barcos dragão, as corridas [de carro], mas este é diferente. Sabemos que há muitas pessoas de fora que só conhecem [o wushu] através dos filmes, do Jackie Chan, do Jet Li. Fora da China há pessoas interessadas mas nem todas têm oportunidade de ir à China, e mesmo se forem, por não saberem a língua, não sabem onde estão os mestres, quais as modalidades, etc. Estamos a tentar fornecer esta plataforma, as pessoas podem vir a Macau e ficar com uma ideia geral”, disse.