Cartaz :: Agosto e Setembro de 2017

Espectáculos e exposições em Macau, Agosto e Setembro de 2017

ESPECTÁCULOS

AGENDA

 

Arte inspira Verão 

 

A InspirArte apresenta este ano cerca de 350 eventos e aposta na organização de workshops para estimular a criatividade dos mais jovens e, quem sabe, descobrir talentos 

 

 

A InspirARTE teve início em Junho deste ano, mas estende-se até ao final de Agosto. Com mais de 350 eventos, a edição de 2017 apostou em workshops orientados por artistas e profissionais de todo o mundo direccionados para todas as idades, desde crianças a adultos. A ideia é estimular a criatividade e, quem sabe, descobrir talentos. Do cinema de animação e marionetas, à arte dos palhaços, maquilhagem e canto a capella, estes “workshops técnicos trazem uma dimensão mais profissional às artes performativas, incluindo sessões de fotografia teatral, construção de adereços complementados por design musical e representação”, escreve em comunicado o Instituto Cultural da RAEM. 

Entre 3 e 6 de Agosto, o público de Macau poderá ver “Puzzle”, uma “peça de dança colorida” da Lituânia, que vai “despertar a imaginação” dos mais novos. A companhia Dança Teatro Dansema explora “um mundo delicioso e familiar, das formas geométricas aos frutos, dos vegetais às flores”, salienta ainda a organização. 

Nomeado pelo Ministério da Cultura da Lituânia como o melhor espectáculo infantil, “Puzzle” é também a primeira peça de dança contemporânea daquele país a ser criada exclusivamente para crianças entre um e quatro anos. A Dansema começou por promover esta forma de arte para os mais novos em 2007 e, desde então, tem conquistado públicos internacionais, da Croácia à Suécia, passando pela China e Estados Unidos. 

Este ano destaque ainda para a sétima arte. Entre 4 e 28 de Agosto, vai ser projectada no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau uma série de oito filmes internacionais para o público infanto-juvenil. A mostra de cinema inclui um pouco de tudo: animação, documentários e longas-metragens. “Cada filme retrata uma diversidade de vivências e retratos sociais, captando diferentes culturas em registos cinematográficos diversos”, diz a organização. A Caixinha do Papá de Taiwan é um dos filmes que chega ao grande ecrã. Do realizador Tsai Yinchuan, esta película é uma “abordagem suave aos sentimentos de perda, luto e lenta recuperação” e conta a história de Lan, um rapaz de nove anos que perde o pai. Um dia, Lan recebe uma misteriosa encomenda postal enviada pelo pai antes de morrer. Trata-se de um relógio antigo que deixou de trabalhar e é então que o jovem decide arranjar o objecto, na esperança que o restauro dos velhos ponteiros lhe dê respostas a uma série de questões que guarda no coração. 

Outros momentos do InspirARTE. Entre 10 e 13 de Agosto, “Ecos da Nossa Infância” (Macau), vai levar o público para o palco, num espectáculo que pretende estimular a interacção dos mais novos com os actores. Da coreógrafa Chan Chi Cheng e do músico taiwanês Chi Po Hao, “Ecos da Nossa Infância” mistura dança, representação e esculturas sonoras.  

De Inglaterra chega “A Menina dos Fósforos” (11 a 13 de Agosto), o clássico de Hans Christian Andersen, adaptado à dança-teatro pelo coreógrafo Arthur Pita. “Numa gélida véspera de Natal, uma menina percorre as ruas desertas, tentando desesperadamente vender caixas de fósforos. Esfomeada e com frio, é à luz do último fósforo que uma visão da sua avó a leva céu escuro acima, para longe dos problemas, rumo à luminosa lua”, desvenda o Centro Cultural de Macau na sua página oficial. 

Este Verão dedicado às artes encerra com “InspirARTE à Solta”, uma celebração que vai juntar milhares de crianças e pais no Átrio do Centro Cultural de Macau. Um dia para as famílias, que através de workshops criativos e espectáculos ao vivo, deverão dar asas à criatividade. 

 

Mais no CINEMA INSPIRARTE EM FESTA: 

BAILARINA 

Félicie é uma jovem órfã da Bretanha que tem uma única paixão: a dança. Com o melhor amigo Victor, que quer ser um grande inventor, preparam um plano para fugirem do orfanato e rumar a Paris. Dos realizadores Eric Summer e Eric Warin, esta é uma co-produção franco-canadiana.  

4 e 26 de Agosto de 2017 

 

MOLLY A MONSTRINHA 

Molly será brevemente a irmã mais velha e enquanto prepara um presente para a mais nova, os pais têm de ir para longe chocar o ovo. É a primeira vez que a Molly se separa da família e, depois de partirem, descobre que lhe deixaram um pequeno presente. A aventura de Molly, de Ted Sieger, Michael Ekblad, Matthias Bruhn, é uma colaboração entre a Alemanha, Suécia e Suíça. 

5 e 27 de Agosto de 2017 

 

MUNDO NOSSO 

Depois de vencer o Urso de Cristal em 2014 com a curta-metragem Sprout, o sul-coreano Yoon Ga-eun estreou-se nas longas-metragens com um conto sobre amizade e decepção entre duas meninas. No Verão, Sun, de origens humildes, conhece Jia, recém-chegada à cidade, de quem se torna amiga. Mas no regresso à escola, as diferenças sociais entre as duas tornam-se evidentes. 

5 e 27 de Agosto de 2017 

 

ATERRO FILARMÓNICO 

O filme segue a Orquestra Reciclada de Cateura, um grupo musical paraguaio que toca instrumentos feitos a partir de lixo. Quando a sua história se torna conhecida, a orquestra inicia um percurso que a leva a concertos esgotados em grandes salas. No entanto, a comunidade é atingida por um desastre natural e o director Favio Chávez tem de encontrar forma de manter o grupo unido e a esperança na cidade.   

6 e 26 de Agosto de 2017 

 

Ver programação completa em: www.ccm.gov.mo

 

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EXPOSIÇÕES

AGENDA

 

Um bárbaro e um coiote na China 

 

 

Para o projecto “Constelação”, o francês Nicolas Delaroche fotografou 30 colecções de arte privadas em cinco cidades chinesas. Agora, o público está convidado a explorar estas imagens através de sete telescópios e a recriar todo o processo de trabalho do artista. Depois vem o Coiote 

 

Texto Catarina Domingues 

 

Na série “Primeira Vista”, em exposição no salão principal da Galeria do Tap Seac, temos acesso a 80 fotografias de colecções de arte privadas na China. Imagens que, inicialmente, podem causar estranheza a quem entra neste espaço – pela dimensão (média) e disposição (aleatória?) com que foram expostas nas paredes brancas da galeria. Cabe ao visitante agora tentar entender a relação que têm com o espaço. A experiência completa-se no centro deste salão, onde foi colocada uma plataforma circular com sete telescópios apontados para as duas paredes laterais e para os grupos de fotografias. É-nos dada a possibilidade de fazer zoom, observar estas constelações fotográficas de perto.  

“Primeira Vista”, a primeira das três séries expostas pelo artista francês Nicolas Delaroche nesta galeria, intitula-se também “Um Bárbaro na China”, sendo que o artista utiliza o termo “bárbaro” para caracterizar um estrangeiro que observa os contrastes de uma outra cultura, estudando e absorvendo um mundo que vê pela primeira vez. A série integra a mostra “Constelação”, resultado de uma residência artística de Delaroche em 2016 na Academia Chinesa de Artes, em Hangzhou. Ao longo de quatro meses, o francês passou ainda por Xangai, Pequim, Qingdao e Hong Kong, onde fotografou um total de 30 colecções de arte privadas.  

“A China é o principal mercado de arte mundial. O que me leva a pensar: o que significa esse dado, em termos de colecções de arte? Que variáveis e invariáveis produzem a mudança de ambiente e as referências culturais sobre uma colecção de arte? Que feedback e colisões apareceriam no tecido das percepções? Que linguagem produz o coleccionador de arte privada? Como são as casas desses coleccionadores?”, pode ler-se numa introdução do autor à obra. São questões que serviram de ponto de partida a Delaroche, que transformou as obras fotografadas na sua própria criação artística e que espera agora que o público percorra o seu próprio caminho: a recriação do processo de trabalho do artista, o pensar sobre o significado de expor ou coleccionar obras de arte a partir de um novo ponto de vista.  

“Nicolas questiona, de forma inovadora e intrigante: será que a própria arte se aproximaria da vida quotidiana, se o público pudesse interagir de forma mais íntima com os objectos artísticos? As criações artísticas ganharão uma outra definição se vistas à distância? Com a sua forma única de expressão, ele convida-nos para uma interessante viagem de pensamento filosófico e apreciação artística”, escreve Leung Hio Ming, presidente do Instituto Cultural, sobre o trabalho exposto.  

Na passagem para a segunda sala encontramos “O Rochedo”, instalação que pretende recriar a paisagem desértica do filme de animação The Road Runner (história de um coiote que atormenta o ‘bip-bip’). Através de um tecido branco, nasce uma escultura insuflada gigante. “A colocação deste trabalho no centro da Galeria do Tap Seac gera uma conexão entre o público e as obras de arte; na realidade, a exposição utiliza de forma hábil as características espaciais da galeria e permite ao público apreciar a arte através de experiências espaciais e corporais”, lê-se ainda numa nota do Instituto Cultural.  

A última série do artista francês, intitulada “As Aventuras do Coiote na China”, está ligada à instalação anterior. São pinturas a preto e branco, baseadas em imagens do filme The Road Runner. “Modifiquei com elementos da minha pesquisa sobre coleccionadores e com impressões da minha estadia na China”, revela o artista. 

Nicolas Delaroche nasceu em 1985 em Laon, França, e reside actualmente na Suíça. Mestre em arte contemporânea, é licenciado em fotografia e já expôs em vários países, incluindo França, Itália e Estados Unidos. A investigação levada a cabo pelo autor centra-se na ligação entre as obras de arte e o contexto em que são expostas. Nos trabalhos sobre colecções de arte que tem desenvolvido, Delaroche não tem como objectivo primordial identificar estas obras, antes destacar as conexões, conceptuais e formais, entre os objectos e as circunstâncias em que são expostas. 

 

ATÉ 8 DE OUTUBRO 

GALERIA DO TAP SEAC 

ENTRADA LIVRE 

 

 

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DESTROÇOS 

“Destroços – Obras de Alexandre Farto aka Vhils” integra o programa da 28.ª edição do Festival de Artes de Macau e apresenta mais de 20 trabalhos, incluindo quatro novos murais em três espaços de Macau (Escola Portuguesa de Macau, Rua dos Clérigos e Rua Direita Carlos Eugénio, n.º 1). Além de novas peças em painel, feitas a partir de cartazes das ruas de Macau, são apresentadas na mostra esculturas e vídeo em câmara lenta, capturado nas ruas da cidade. 

 

ATÉ 5 DE NOVEMBRO DE 2017 

VÁRIOS LOCAIS E OFICINAS NAVAIS N.º1 – CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA 

ENTRADA LIVRE 

 

 

CEM ESPÉCIES 

Utilizando o cianótipo, um antigo processo de impressão fotográfica baseado no tempo de exposição à luz, Peggy Chan explora a relação entre os indivíduos, a cidade e a natureza. Através de colagens e o registo de fenómenos ecológicos do dia-a-dia, a artista de Macau tenta descobrir se as regras que governam a relação entre as espécies e o ambiente vão sofrer ou não estranhas mudanças. 

ATÉ 13 DE AGOSTO DE 2017 

MUSEU DE ARTE DE MACAU 

ENTRADA LIVRE 

 

HISTÓRIA DO FABRICO DO CANHÃO 

O processo de experimentar vários jogos na mostra “História do Fabrico do Canhão – Exposição sobre Experiência Infantil” pretende estimular os mais novos a aprenderem sobre a história de Macau. Estão disponíveis seis áreas de jogos educacionais, com decorações coloridas, e que têm como objectivo criar um ambiente de aprendizagem para crianças dos três aos oito anos.  

MUSEU DE MACAU 

ATÉ 20 DE AGOSTO 

ENTRADA LIVRE PARA RESIDENTES