Cartaz :: Outubro e Novembro de 2017

Espectáculos e exposições em Macau, Outubro e Novembro de 2017

ESPECTÁCULOS

AGENDA

 

Festival Internacional de Música de Macau
Estrelas em ascensão

O Festival Internacional de Música de Macau, que este ano tem como tema “Estrelas em Ascensão”, vai trazer à cidade jovens músicos de todo o mundo. A aposta da 31.º edição do evento vai também para a ópera

Texto Catarina Domingues

Da África do Sul aos Estados Unidos, passando pela Áustria, Japão e Israel. A edição do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) de 2017 traz este ano música de quatro continentes e de mais de 10 países e regiões. Até 30 de Outubro pode ouvir jazz ou gospel ao ar livre, na Fortaleza do Monte, ir ao Teatro D. Pedro V para uma noite com o Quarteto de Cordas de Guimarães, ou, se preferir, escutar os arranjos de erhu da Família Chen, que vai actuar no Centro Cultural de Macau.
Ao longo deste mês, vão também subir ao palco três óperas. É precisamente este género artístico que assume na presente edição um lugar de destaque. “Andrea Chénier”, de Umberto Giordano, faz a grande abertura do festival, que com esta produção do Teatro Regio Torino assinala o 150.º aniversário do nascimento daquele compositor italiano. Já a Ópera de Israel traz à RAEM “Orfeu e Eurídice”, ópera em três actos de Christoph W. Gluck. Macau, por seu turno, leva ao centro cultural “Um Sonho Perfumado”, com assinatura de Lawrence Lei. “O famoso dramaturgo Tang Xianzu passa por Macau a caminho do Sul da China. Aqui conhece Maria, uma encantadora rapariga portuguesa, e os dois envolvem-se numa emocionante relação”, resume a organização.
Mas além desta ópera em um acto, a programação revela outras novidades locais. O ciclo de concertos “Bravo Macau” é uma oportunidade para ouvir músicos como a violinista Lo Cheng Io ou a pianista Suiong Wong. E da vizinha Hong Kong, o festival traz ao Teatro do Venetian o cantor William So num concerto que partilha com a Orquestra Chinesa de Macau.
Nesta 31.ª edição do FIMM, o tema escolhido pela organização é “Estrelas em Ascensão”. O evento vai este ano apresentar ao público “uma nova geração de habilidosos artistas”, explica o presidente do Instituto Cultural de Macau, Leung Hio Ming. Entre os novos prodígios estão, por exemplo, os músicos do Quarteto de Cordas Novus, da Coreia do Sul, que vão interpretar Mozart, Tchaikovsky e Ravel. O “el fog”, nome pelo qual é conhecido o compositor e vibrafonista japonês Masayoshi Fujita, leva ao segundo andar do Edifício do Antigo Tribunal “paisagens sonoras hipnotizantes”, sons que têm tanto de jazz quanto de música electrónica. “É um dos músicos experimentais mais cobiçados e únicos do mundo pela extraordinária imaginação e criatividade das suas peças sonoras”, refere a programação.
De Portugal chega o Quarteto de Cordas de Guimarães, que vai actuar no Teatro D. Pedro V. Sobre o concerto do grupo fundado em Guimarães, em 2016, a organização do FIMM anuncia: “Viaja de volta à era clássica com o Quarteto de Cordas n.º 17 A Caça, obra-prima de Mozart, atravessa o período romântico com o Quarteto de Cordas n.º 6 de Mendelssohn e culmina com obras contemporâneas do americano Philip Glass e do português Luís de Freitas Branco”.
Num outro género musical e de uma geografia completamente diferente, o Soweto Gospel Choir da África do Sul vai cantar, dançar e tocar num espectáculo ao ar livre na Fortaleza do Monte. Vencedor de dois Grammy, de um Emmy e nomeado para um Óscar, o coro apresenta um estilo de música “onde se encontra o gospel africano, os espirituais negros, o reggae e muito mais”.

FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA DE MACAU
ATÉ 30 DE OUTUBRO
Programa completo disponível em www.icm.gov.mo

 

MAIS NO FIMM:

O ERHU DA FAMÍLIA CHEN
Chen Yaoxing, Chen Jun e Chen Yimiao representam três gerações de uma família de intérpretes de erhu, conhecida pelas suas técnicas inovadoras e incorporação de elementos musicais ocidentais. “Eles demonstram toda a gama de virtuosismo num reportório ecléctico”, escreve o Instituto Cultural de Macau.
15 DE OUTUBRO
CENTRO CULTURAL DE MACAU
Bilhetes a partir de MOP 200

FILARMÓNICA DE CÂMARA ALEMÃ DE BREMEN
Sob a direcção do maestro estónio Paavo Järvi, a Filarmónica de Câmara Alemã de Bremen vai interpretar a “Abertura de As Criaturas de Prometeu” e outras peças de Ludwig van Beethoven. “O sucesso do conjunto alemão baseia-se no estudo aprofundado e sistemático dos compositores e das suas obras”, lê-se no programa.
20 DE OUTUBRO
CENTRO CULTURAL DE MACAU
Bilhetes a partir de MOP 200

A SOCIAL CALL
A artista norte-americana Jazzmeia Horn vai subir ao palco da Fortaleza do Monte para uma noite de jazz ao ar livre. Vencedora da Thelonius Monk International Vocal Jazz Competition, em 2015, e da Sarah Vaughan International Jazz Vocal Competition, em 2013, a artista de 26 anos é reconhecida em Nova Iorque como uma estrela em ascensão.
29 DE OUTUBRO DE 2017
FORTALEZA DO MONTE
Bilhetes a MOP 150

FILARMÓNICA DE VIENA
A Filarmónica de Viena encerra o cartaz do FIMM com dois concertos e peças de Beethoven, Strauss e Wagner. Os concertos são dirigidos por Andris Nelsons, maestro letão de 38 anos, que já trabalhou com a Filarmónica de Berlim e com a de Nova Iorque.
29 e 30 DE OUTUBRO
CENTRO CULTURAL DE MACAU
Bilhetes a partir de MOP 400

 

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EXPOSIÇÕES

AGENDA

 

Tudo sobre a mulher

“Representações da Mulher” é a primeira exposição sobre o universo feminino do Museu de Arte de Macau. A mostra inclui pinturas a óleo, desenhos, aguarelas, guaches, gravuras e escultura. É também uma lição de história

Texto Catarina Domingues

São vários os museus lá fora que estão a olhar para as suas próprias colecções e a tentar perceber como está a mulher representada no mundo das artes. O Museu de Arte de Macau (MAM) seguiu esta tendência internacional e inaugurou “Representações da Mulher – Colecção do Museu de Arte de Macau nos séculos XIX e XX”. A mostra, com 70 retratos de mulheres, “incorpora obras de tradição artística chinesa e ocidental e trabalhos que se situam na confluência dessas mesmas tradições”, escreve numa introdução à exposição a curadora Margarida Saraiva.
Divididos em quatro secções, os trabalhos seguem uma linha cronológica e reflectem algumas das transformações observadas no universo feminino ao longo da história.
Na primeira galeria, intitulada “Uma tradição ocidental em Macau – século XIX”, estão incluídos trabalhos de George Chinnery (1774-1852), Auguste Borget (1774-1852) e Marciano António Baptista (1826-1896). Entre os artistas que contribuíram para trabalhar o universo feminino desta época, destaca-se Lam Qua (1801-1860), autor das pinturas a óleo “Mulher de Cabaia Azul e Colar de Contas” e “Mulher de um Mandarim”. “O pintor chinês, da província de Guangdong, era especializado em retratos de estilo ocidental, destinados na sua grande maioria, mas não exclusivamente, a clientes ocidentais. O artista notabilizou-se graças aos seus retratos médicos de deformações físicas e aos retratos de comerciantes ocidentais e chineses, ou de suas esposas, em Cantão e Macau”, escreve o MAM.
“Visões Europeias da China – Final do século XIX” é a segunda secção desta mostra e apresenta gravuras produzidas com base em desenhos do arquitecto e ilustrador britânico Thomas Allom (1804-1872). O MAM escreve que Allom “ocupa um lugar significativo na história por ser responsável por disseminar uma certa visão da China no mundo ocidental, em particular através da obra intitulada ‘China: In a series of views, displaying the scenery, architecture, and social habits, of that ancient empire’, publicada em Londres no ano de 1843, com ilustrações feitas a partir de desenhos da sua autoria”.
Os tempos avançam, continuamos a percorrer a história da China, dá-se a queda da Dinastia Qing. O terceiro grupo de trabalhos chama-se “Calendários e Cartazes – Início do século XX” e é um “testemunho da transformação da China de sociedade feudal para a sociedade moderna, estimulando a imaginação e os desejos de uma vida urbana, enquanto simultaneamente desempenham um certo papel na formação de uma sociedade orientada para o consumo”. Nesta secção, o público encontra-se entre as imagens de mulheres vestidas de calças, com roupas mais ousadas ou amantes de um copo de vinho.
Por fim, “Propaganda – Meados do século XX” encerra a mostra com trabalhos encomendados pela Associação dos Trabalhadores de Macau à Associação de Artistas de Macau e doados a este museu em 2010. As obras, de autoria desconhecida, foram feitas com o “objectivo de educar as massas sobre as novas políticas”. Na segunda metade do século XX foram aprovadas medidas que permitiram à mulher novas conquistas: proibiam-se os casamentos arranjados, o concubinato, as noivas crianças, entre outras. A difusão destes ideais era muitas vezes feita através de cartazes de propaganda.

ATÉ 10 DE DEZEMBRO DE 2017
Museu de Arte de Macau
Entrada livre

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ESTATUETAS DE CERÂMICA E SELOS DOS 108 HERÓIS DE SHUI HU
Colecção doada em 2000 ao Museu de Arte de Macau por Lei Loi Tak, director da Soka Gakkai Internacional de Macau. As estatuetas de cerâmica foram criadas pelo mestre de artesanato de Guangdong Liu Ousheng, que incorporou o método de caligrafia livre da pintura chinesa. Os sinetes são obra do calígrafo e gravador Lin Jin e dos seus discípulos José Pedro Morais, Cho Sai Keung e Ho Pan.
ATÉ 19 DE NOVEMBRO DE 2017
Museu de Arte de Macau
Entrada livre

BALLADA – ANIMATRIX ARTE CONTEMPORÂNEA
A Bienal de Arte Contemporânea reúne 46 peças que vão buscar inspiração à animação e à banda desenhada, incluindo vídeos, instalações, esculturas, animações e pinturas. Os trabalhos foram criados por 17 artistas e grupos artísticos do Interior da China, Coreia, Japão e Macau.
ATÉ 15 DE OUTUBRO DE 2017
Museu de Arte de Macau
Entrada livre

Fluxo: Exposição de arte do vidro de Sunny Wang
Em exposição estão 20 conjuntos de vidro fortemente influenciados por elementos culturais orientais e que funcionam como metáforas espirituais, marcadas pelo budismo e pela prática da caligrafia e da meditação da artista de Taiwan Sunny Wang. Destaque para a série “As pedras poéticas”, que apresenta um grupo de 28 pedras negras de diferentes formas e feitios e que foi beber inspiração à poesia e à fonologia chinesa.
ATÉ 19 DE NOVEMBRO DE 2017
Galeria de Exposições Temporárias do IACM
Entrada livre