Trio representa Macau na Bienal de Arquitectura de Veneza

Um projecto dos arquitectos Ieong Chong Tat, Vong Ka Ian e Chu Hou San, com a curadoria de Lam Manuel Lap Yan, foi o escolhido para representar Macau na 16.ª edição da Bienal de Arquitectura de Veneza em Maio.

A Bienal de Arquitectura de Veneza realizou-se pela primeira vez em 1980 e é um dos eventos de arquitectura e dos círculos académicos mais influentes do mundo, constituindo uma plataforma importante de intercâmbio cultural e de arquitectura. Desde 2014 que o IC já organizou a participação por duas vezes de arquitectos locais a este grande evento. Este ano, o Instituto Cultural (IC) voltou a envidar esforços para apresentar os trabalhos de arquitectos de Macau no palco internacional. A 10 de Outubro, um painel do júri constituído pela Chefe do Departamento do Património Cultural do IC, Leong Wai Man, pelo Director do Museu de Arte de Macau, Chan Kai Chon e pelos três experientes arquitectos de Macau, Wong Yue Kai, Carlos Marreiros e Leong Chong In, após uma avaliação meticulosa dos oito projectos para a bienal pré-seleccionados pela Associação dos Arquitectos de Macau, seleccionou o projecto com a curadoria de Lam Manuel Lap Yan e os arquitectos Ieong Chong Tat, Vong Ka Ian e Chu Hou San, os quais irão assim representar Macau na 16ª edição da Bienal de Arquitectura de Veneza. A idade média dos arquitectos da equipa vencedora é de 30 anos, sendo todos os seus membros arquitectos acreditados em Macau.

A 16ª edição da Bienal de Arquitectura de Veneza tem como tema “Espaço Livre”, englobando imaginação, períodos e memórias de liberdade, pegando em ligações do passado, presente e futuro para unir o antigo com o moderno, tendo por base aspectos culturais que advém de tradições continuadas.

A fim de corresponder ao tema da exposição, a equipa vencedora escolheu propositadamente como elemento base do seu projecto a “carta de jogar”, um símbolo do rápido desenvolvimento económico de Macau. Através de diferentes conjugações e formatos da “carta de jogar” e de técnicas abstractas, revelam construções ricas em características locais e que estão numa relação próxima com os residentes, como mercados, jardins e escadarias, entre outros. No processo de exploração e reconstrução, é possível experienciar de novo o espaço local, reflectir sobre a relação harmoniosa que se estabelece entre pessoas e espaço, desafiar planos e os limites da autonomia e explorar um equilíbrio interactivo.

O painel do júri considerou que o projecto em cima referido faz uso de características da cidade de Macau e incorpora elementos com valor cultural, revelando uma imagem de Macau de forma perceptual e apresentando o tradicional de uma nova forma, tendo por isso bastante interesse e unicidade. Além disso, a equipa vencedora mostrou-se merecedora de ser seleccionada por ter ainda revelado bastante maturidade a nível da linguagem e representação arquitectónicas bem como a capacidade de destacar as características culturais de Macau. Mais detalhes sobre a bienal serão anunciados posteriormente.