Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau pode suportar sismos de magnitude oito e super tufões

A ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau pode suportar sismos de magnitude oito e super tufões e terá uma vida útil de 120 anos, disse um responsável chinês, citado pela agência de notícias oficial Xinhua.

“À medida que a ponte fica pronta para a abertura, as expectativas das pessoas crescem em termos da sua função para o transporte e como pode isso beneficiar a população”, afirmou o engenheiro Yu Lie, vice-director da Autoridade da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, que está a trabalhar neste projecto desde os preparativos iniciais em 2004.

“A ponte não vai ser apenas uma via de transporte. Vai ser uma ligação social, económica, cultural e turística entre as três zonas”, sublinhou, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

A maior ponte marítima do mundo é uma infra-estrutura tecnologicamente difícil que atravessa várias canais de navegação e demorou seis anos a preparar e oito a construir. De acordo com vários órgãos de comunicação social, a última data prevista para a inauguração é 1 de Julho próximo.

Em Dezembro, após a conclusão dos trabalhos, as autoridades chinesas consideraram que a ponte respeita todos os padrões de qualidade e de segurança para este tipo de estrutura e aprovaram a fase de teste.

“A ponte entrará em fase de testes depois da conclusão dos projectos portuários e da entrada em funcionamento das autoridades alfandegárias, de inspecção e de controlo de fronteiras”, disse, na altura, o director do projecto Zhang Jinwen, da Autoridade da Ponte.

A estrutura principal mede 29,6 quilómetros, com uma secção em ponte de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros, numa extensão total de 55 quilómetros. Foram usadas 42 mil toneladas de aço, suficientes para construir 60 torres Eiffel, e 1,08 milhões de metros cúbicos de cimento.

A ponte vai reduzir o tempo de viagem entre Hong Kong e Zhuhai, adjacente a Macau, de três horas para apenas 30 minutos, aumentando a integração das três cidades do Delta do Rio das Pérolas.

“O nosso país é muito forte na construção de pontes”, disse Yu, “e esta ponte destaca as conquistas da China em termos de tecnologia, equipamento, investigação e representa também um novo futuro”.

É também considerada uma das infra-estruturas vitais na construção da rota da seda marítima do século XXI, que pretende redesenhar a economia global.

A ponte situa-se numa das zonas de navegação mais movimentada no mundo. Todos os dias, mais de quatro mil navios cruzam as águas acima do túnel da ponte e a cada dois minutos aviões aterram e levantam voo do aeroporto de Hong Kong, destacou a Xinhua.

Su Yi, director adjunto da Autoridade da Ponte, disse que os governos das três zonas estão a debater os pormenores relativos às autorizações de circulação, autocarros de ligação, planos de emergência, entre outros.

Na semana passada, a Direcção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego de Macau (DSAT) anunciou que Macau vai ter direito a 600 quotas para veículos locais circularem entre a cidade e Hong Kong através da nova ponte que liga os dois territórios e Zhuhai

De acordo com estimativas das três zonas, o volume diário de tráfego na ponte deverá atingir os 29.100 veículos em 2030 e 42 mil em 2037, enquanto o volume diário de passageiros poderá rondar os 126 mil e os 175 mil, respectivamente.