Quando a ambição é apenas participar

Não sonham com medalhas. Estar presente já é uma conquista. Mais do que subir ao pódio, a missão dos comités olímpicos dos restantes países lusófonos é dar a conhecer o seu país ao mundo

 

Em Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste raros são os atletas que conseguem atingir os mínimos necessários para a competição. Muitos são aqueles que vivem o “sonho olímpico” por meio de convites especiais.                                                           “Entrar e sair de cabeça erguida” é o objectivo traçado por Cabo Verde para as Olimpíadas de Pequim. Segundo o presidente da comité nacional, Franklin da Palma, o país lusófono já tem presença assegurada nas modalidades de ginástica rítmica, com Wânia Monteiro, na disciplina de maratona, com Nelson Cruz, e, nos 200 metros, com a velocista Lenira Santos. Estes atletas vão participar nos jogos graças ao Wild Card, (convite especial), autorização concedida pela Solidariedade Olímpica. Quanto aos objectivos para a competição estes não sobem ao nível dos lugares do pódio. “Do ponto de vista do comité, a maior força neste momento é a participação condigna, porque temos consciência de que o desporto cabo-verdiano não está suficientemente desenvolvido para se apostar em medalhas”, defende Franklin da Palma.                                                                                                       É que, no fim de contas, a missão da delegação cabo-verdiana em Pequim é mostrar os talentos do desporto nacional ao mundo, chamando, simultaneamente, a atenção do seu próprio Governo. “Queremos reforçar a ideia da importância do desporto para conseguirmos convencer o Governo a reestruturar a sua política desportiva.”

Os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, marcaram a estreia da Guiné-Bissau nas olimpíadas. A avaliar pela última participação nos Jogos de Atenas, o país da costa ocidental do continente africano pode marcar presença, no próximo Verão, em Pequim, nas modalidades de atletismo e luta livre.                                                           O Comité Olímpico de São Tomé e Príncipe pretende participar com três disciplinas desportivas. Em particular, atletismo, taekwondo e canoagem. Contudo, apenas a participação do atletismo está garantida.                                                                                             As olimpíadas de Atenas, em 2004, vão ficar para a história do desporto de Timor-Leste. Foi a primeira vez que o país lusófono participou com uma delegação composta por quatro atletas, nas modalidades de atletismo, halterofilismo e boxe. A estreia timorense nos jogos foi apenas com desportistas que participaram a título individual, há oito anos, na capital australiana: Sidney.