Parcerias abrem mercado lusófono a construtoras de Macau

O presidente da Associação de Engenharia e Construção de Macau, Tang Hon Cheong, defendeu que as parceiras com empresas chinesas e portuguesas são uma mais-valia para facilitar o desenvolvimento de projectos nos países lusófonos.

“Há empresas chinesas estabelecidas em Macau há anos (…) e mesmo empresas portuguesas – porque Macau é a plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa –, temos boas redes de contactos, de escritórios de advogados e de empresas de importação e exportação, por isso há a possibilidade de parcerias com grandes empresas chinesas para atacar o mercado nos países de língua portuguesa”, afirmou.

Tang Hon Cheong falava no encerramento do 6.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas, no âmbito do qual decorreu o Encontro Ministerial sobre Infra-estruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Durante os dois dias do fórum foram assinados acordos de empresas chinesas e de Macau para a construção de habitação e pavimentação de estradas em Moçambique. “As empresas privadas de Macau não conseguem participar nestes projetos de grande dimensão no estrangeiro, por uma questão de dimensão, mas em Macau também há grandes empresas chinesas, que têm as suas conexões, e penso que se nos juntarmos a estas, e em parceria com as portuguesas, vamos conseguir bons resultados”, disse.

Por outro lado, sugeriu que o Governo pode impulsionar a entrada das empresas de Macau no mercado internacional. “Estou a lembrar-me da reserva financeira do Governo local. Se o Executivo pudesse, pelo menos, dar iniciativa aos empresários através de apoio financeiro, acho que estaríamos numa boa posição para entrar no mercado de infra-estruturas internacional”, acrescentou.

Já o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, que participou no Encontro Ministerial sobre Infra-estruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa, considerou que “há um grande potencial a explorar”, nomeadamente através “do Fórum Macau, via plataforma, acompanhando a República Popular da China”. “O ordenamento jurídico de cada um destes países de língua portuguesa é muito parecido, é de matriz portuguesa. Acho que Portugal tem aí um papel fundamental”, acrescentou.

Além disso destacou a participação no fórum da recém-criada Infra-estruturas de Portugal: “É uma empresa pública que resulta da fusão da Estradas de Portugal com a REFER, detentora de um ‘know-how’ extraordinário, quer na gestão dos caminhos-de-ferro, quer nas estradas, e que pode ter aqui um papel muito importante de acompanhamento da República Popular da China nos Países de Língua Portuguesa”.

Segundo a organização, o 6.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas terminou com a assinatura de cerca de 120 acordos para projectos que envolvem 2,5 mil milhões de dólares.

O fórum contou com a presença de mais de 1.000 participantes de 15 países e territórios, incluindo da América Latina e Caraíbas, e também dos países de língua portuguesa.

A próxima edição vai decorrer nos dias 2 e 3 de Junho de 2016.