O futuro é agora

A primeira e única empresa de motas eléctricas de Macau já tem quatro estações de troca de bateria na cidade e pretende instalar mais 16 até ao fim do ano, esperando assim angariar um número maior de clientes nesta parte do mundo

 

Oasis_Motas eléctricas_GLP_04

 

Texto Luciana Leitão | Fotos Gonçalo Lobo Pinheiro

 

A Fábrica de Motociclos Eléctricos Oasis, a criadora das primeiras motas eléctricas da RAEM, tem já quatro estações de troca de baterias espalhadas pela cidade, que espera virem a tornar mais apelativo o recurso a este meio de transporte em Macau.

A directora executiva da empresa, Angela Lam, afirma que a produção destas motas eléctricas acaba por ser “a única indústria, além do jogo, a potencialmente vingar no território”, até porque estes produtos poderão vir a ser exportados para outros países. As motas custam em média 18 mil patacas.

Porém, garante que o principal objecto de negócio não é a venda destas motas, mas antes promover o recurso às estações de troca de baterias. Assim, apesar de neste momento apenas existirem quatro na cidade –, na Areia Preta, uma junto à CEM, outra na zona do hospital Kiang Wu e a quarta no terminal marítimo – planeiam até ao fim deste ano ter um total de 20. “Nos próximos dois anos, devemos ter 50, mesmo que apenas 20 sejam suficientes. Macau é pequena, não precisa de tantas, mas o meu chefe quer instalar para que seja particularmente conveniente para os clientes”, afirma.

Simon Lam, que pretende abrir um posto de venda destas motas ainda este ano, é também um dos clientes mais recentes da Oasis. “Quando falha a bateria, vais até à estação, passas o cartão na máquina e a porta irá abrir. Tiras de lá uma bateria completamente carregada e substituis pela tua, fechas a porta”, explica, acrescentando: “Cobram 10 patacas por cada troca de baterias, mas continua a ser muito mais barato do que a gasolina, provavelmente corresponde a um terço do custo”.

 

Oasis_Motas eléctricas_GLP_06

 

Um novo conceito

A empresa Oasis não é nova e as motas já estavam à venda desde 2013, mas o negócio não correu tão bem, precisamente pela falta de conveniência no recurso a estações de carregamento de bateria no território. “Levavas mais tempo, tinhas de esperar entre uma e duas horas a carregar”, explica Angela, acrescentando: “Não sendo possível instalar pontos de carregamento no território, leva, ao invés, que as pessoas apenas as tenham nos seus apartamentos e isso acaba por não ser muito conveniente para os utilizadores”. Pelo contrário, agora o utilizador leva apenas um minuto a trocar de bateria. “Os clientes queixavam-se de que ninguém tinha paciência para esperar pelo carregamento completo das baterias.” Nessa primeira fase, conseguiram vender entre 30 e 40 motas eléctricas. “Eram agentes imobiliários, seguradoras [os clientes]”, descreve.

Agora, depois de percorrer 100 quilómetros, a luz acende-se, avisando que o condutor tem apenas bateria para percorrer o equivalente a dez quilómetros. Nesta segunda fase de produção, em que as motas já são ligeiramente adaptadas às novas estações de troca de bateria, têm, por enquanto, apenas três clientes.

A empresa continua a aperfeiçoar o design e as características técnicas da mota. Mas, na segunda parte deste ano, a empresa pretende apostar no marketing. “O produto mudou um pouco [também para se adaptar às novas estações de troca].”

Assim, Angela espera que possam alcançar outro tipo de clientes, sobretudo empresas que precisem de várias motas. “Estamos a contar com firmas de logística e de entrega de pizzas, por exemplo”, diz, esclarecendo: “Se este tipo de empresas comprar estas motas, vai ajudar a baixar os seus custos de operação, além de passar a imagem de que são empresas amigas do ambiente, facilitando, por exemplo, o negócio com o governo.”

Propondo instalar na cidade estações de troca de baterias ao invés de pontos de carregamento, Angela afirma que foi uma mudança necessária. “Algumas pessoas moram em apartamentos, as baterias são pesadas, voltar a casa para carregar a bateria não funciona.”

Neste momento, já estão em conversações com o governo e com algumas lojas de forma a poder instalar estas estações nos respectivos parques de estacionamento. Quanto aos hotéis-casinos, Angela reconhece que seria interessante instalar nesses locais, mas a negociação ainda está numa fase muito incipiente. “Ainda precisamos de conversar”, declara. Com pontos de troca localizados apenas na península, Angela reconhece que também ponderam instalar na Taipa, mas ainda estão em conversações.

A empresa foi fundada em 2009, mas Alexander Chan levou quatro anos a criar um modelo de mota eléctrica, cujas baterias possam ser removidas, de forma a carregar autonomamente.

 

Oasis_Motas eléctricas_GLP_02