Dos Criadores do Mundo aos Criadores da China

Os Três Augustos e os Cinco Imperadores são personagens de uma história mítica chinesa que lhes atribui os poderes divinos, mágicos e fantásticos para a criação do universo, da humanidade, do conhecimento de tudo o que é necessário para o bem-estar da humanidade, mas também da China, da sua civilização e das suas etnias, papel este representado principalmente pelos lendários reis-sábios, criaturas exemplares na sua perfeição e senhores de uma moral impoluta.

Mitos da criação-C (Pan Hu) final

Texto Fernando Sales Lopes* | Ilustração Rui Rasquinho

 

 

Pan Hu o criador com cabeça de cão

Pan Hu é mais um personagem mitológico que surge como tendo tido também um papel importante na criação da humanidade. De corpo humano e cabeça de cão, ele é divindade criadora acreditada entre algumas minorias chinesas como os Miao, Li e Yao, entre outras nacionalidades do sul da China. Embora com um nome que pode sugerir algum parentesco com Pan Ku, tal não se prova.

 

O Fiel Companheiro

Conta-se com algumas variantes, como sempre acontece nestas histórias, que durante o reinado de Gaoxin (高辛氏)[i] no tempo dos soberanos míticos, uma velha senhora que vivia no palácio sofria de horrorosas dores de ouvidos que quase a enlouqueciam. Salvou-a a passagem de uma feiticeira que, com artes mágicas, extraíu do interior do seu ouvido um verme de ouro do tamanho de um casulo, colocando-o numa meia cabaça e cobrindo-a com um prato. Terminada a sua missão a feiticeira, tal como aparecera, desapareceu sem que deixasse rasto.

No interior da cabaça, o casulo desenvolvia-se, transformando-se num bonito cão de sedoso e colorido pelo. O rei, que logo se encantou com o animal, baptizou-o como Pan Hu (槃瓠) que significava prato e cabaça. O animal passou a ser o companheiro e maior amigo do rei que com ele ia para todo o lado.

Não eram calmos os tempos naquela época mítica em que as divindades soberanas governavam, e inimigos não faltavam a Gaoxin. O rei Fang, o pior de todos, levantou-se em armas deixando Gaoxin a temer pela sobrevivência do seu reino e pela segurança do seu povo. É então que este anuncia a todos os súbditos que aquele que conseguisse matar o seu inimigo e o presenteasse com a sua cabeça teria como prémio a mão da princesa sua filha, que lhe seria dada em casamento. Nesse mesmo dia Gaoxi deu pela falta do fiel amigo Pan Hu. Mandando os seus guardas procurá-lo por todo o lado, foi em vão a empresa. Pan Hu pela calada da noite tinha-se esgueirado do palácio encarreirando para os domínios de Fang que ficavam do lado de lá do mar. Para o atravessar transformou-se num dragão, flutuando sobre as águas, e ao chegar à outra margem voltou à sua aparência natural de canídeo, dirigindo-se, então, ao palácio do inimigo do seu dono. Fang ao reconhecer o fiel companheiro de Gaoxin pensou que ele se tinha aproximado do fim, pois se até o seu fiel companheiro Pan Hu o tinha abandonado, era porque a sua existência estaria por um fio. Ciente da vitória mandou servir lauto banquete para a celebrar, ostentando Pan Hu a seu lado como troféu prova da conquista, bebendo descontroladamente até à embriaguez extrema. Aproveitando a situação, e estando o rei em sono profundo, Pan Hu saltou sobre ele arrancando-lhe a cabeça, correndo com quantas forças tinha de modo a não ser apanhado, fazendo-se a caminho dos domínios do seu rei e senhor.

 

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Entre a vitória e o cumprimento da promessa

Ao ver a cabeça do seu rival, Gaoxin não cabia em si de contentamento e de orgulho no seu fiel companheiro que se transformava assim num herói. Contudo, o coração do rei batia a ritmos diferentes pois este acto levado a cabo pelo seu cão significava, também, ser ele o candidato à mão da sua filha. Pensando poder evitar este desfecho, pois, sendo um cão, talvez o pudesse contentar com outras benesses, o rei mandou servir a Pan Hu um banquete com as melhores e mais afamadas carnes que então se podiam encontrar, contudo o homenageado retirou-se triste não tocando em qualquer peça de comida, ficando três dias sem comer nem beber. Gaoxin vendo assim o seu amigo interroga-o se esta sua atitude se devia ao incumprimento da promessa real. Para espanto geral, o cão, dirigindo-se ao rei e falando como um humano, disse-lhe que tudo se poderia resolver pois bastava para tal que ele o cobrisse com o seu sino de ouro durante uma semana, o tempo necessário para que se transformasse em homem. O rei cumpriu o pedido de Pan Hu, mas a curiosidade da princesa acabou por alterar para sempre a mudança mágica esperada, já que temendo pela vida de Pan Hu, ela foi espreitar o que acontecia dentro do sino. Ao levantar a tampa quebrou o encanto, Pan Hu era já um ser humano, contudo ainda lhe faltava a transformação da cabeça, e sendo o processo irreversível ficou um homem com cabeça de cão. Pan Hu ao sair de baixo do sino cobriu-se com um manto ao mesmo tempo que a princesa colocava na face uma máscara de cão. E foi nestes preparos que o casamento se realizou, aceite que estava por todos, embora Gaoxin tivesse caído numa enorme tristeza pela sorte da sua filha. Conta o lendário mito que o casal terá sido muito feliz tendo ido viver para as grutas das montanhas remotas do Sul da China. Da sua união terão nascido seis rapazes e seis raparigas, que acasalando, após a morte de Pan Hu, terão dado origem à humanidade, sendo reivindicado por parte da nacionalidade Yao como a sua própria origem tribal.

Já vimos[ii] o papel de Pan Ku como criador do universo, de entes e coisas, bem como os de Nüwa e Fu Xi como criadores da humanidade. Contudo, para além do mundo e das necessidades de sobrevivência e bem-estar da humanidade, os criadores chineses também dedicaram a sua atenção, e labor, à China. Tal é o caso de Pan Hu que, para além de criador do mundo, também criou algumas nacionalidades, que nele reconhecem a sua origem. Em Huangdi, para além de toda a actividade criadora como Senhor do Universo, vamos encontrar a origem das tribos Huaxia ancestrais dos Han, embora a Hungdi também seja atribuída a categoria de ancestral de todos os chineses, independentemente das diferenças étnicas, sendo tido como o iniciador da Civilização e Cultura chinesas.

 

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Os criadores da China

O Primeiro dos Três Augustos

Embora Fu Xi (伏羲) apareça normalmente associado a Nüwa (女媧,女娲) – até na representação pictórica onde os seus corpos de serpente surgem entrançados como se de um único ser bicéfalo se tratasse – a sua importância individual como divindade mitológica vai para além da participação que teve na criação da humanidade. Fu Xi é o primeiro imperador da China mítica e, como tal, organizador da sociedade, criador da escrita chinesa, enfim, fundador da nação.

 

Fu Xi, Filho do Paraíso

Na mitologia chinesa, o Paraíso situava-se no nordeste do país no Estado de Hua Xu Shi, onde a longevidade era normal, e tudo corria de modo a que nada perturbasse a natureza humana ou impedisse os seus desejos de se transformarem em realidade. Os que naquele Éden viviam podiam andar sobre a água sem que se molhassem ou sobre o fogo sem que se queimassem; podiam deslocar-se pelos ares como se fora em terra firme. As nuvens e o nevoeiro em nada afectavam a sua visão e nem o trovejar violento lhes prejudicava a afinada audição. Nesse sítio maravilhoso vivia com os seus pais uma donzela do clã Hua Xu (華胥) que, na sequência de alterações que provocaram grandes inundações, resolveu sair de casa e dirigir-se ao lago do Trovão – assim chamado por nele residir o Deus do Trovão (雷澤) – situado no interior de cerrada floresta, com o fim de interpelar a divindade sobre a tragédia. No caminho, chamou-lhe a atenção uma estranha pegada gigante. Curiosa, colocou o seu pequeno pé sobre a grande pegada como se as fosse comparar. De repente sentiu estranhas vibrações sem qualquer justificação aparente. O mistério ficou esclarecido quando foi confirmada a gravidez e deu à luz um rapaz a que chamou Fu Xi. A pegada era do Deus do Trovão, divindade celestial com corpo de dragão e cabeça humana. Fu Xi era fruto da relação transcendente entre um deus e uma habitante do paraíso. A Fu Xi, a quem a mitologia atribui o ter sido o primeiro humano a fazer sacrifícios ao Céu, são reconhecidas importantes medidas – tais como a instituição do casamento, o conceito de família e o consequente reconhecimento dos laços familiares – assim como a transmissão de ensinamentos essenciais à sobrevivência da humanidade, como o conhecimento dos métodos de cozinhar, caçar, pescar, pastorear, construir armas em ferro, para além de ter criado o Guqin (古琴) célebre instrumento musical chinês. Fu Xi terá também recebido dos céus as indicações que lhe permitiram criar os oito trigramas do I Ching.

 

Shen Nong

 

Shen Nong, O Divino Agricultor

Igualmente conhecido como o imperador dos cinco grãos (五穀先帝,五谷先帝), ou como Deus da Agricultura e da Medicina, Shen Nong (神農, 神农) é o segundo dos Três Augustos. Deus do Sul, ele é meio-irmão de Huang Di, havendo quem defenda que ele e Yandi são a mesma personagem mitológica.

O seu nascimento como seria de esperar está envolvido em mistérios e maravilhas. Com um corpo humano mas com duas pequenas protuberâncias córneas que sobressaíam na sua cabeça acima da testa, no momento em que viu a luz do dia em seu redor surgiram nove fontes brotando cristalinas águas. Todos estes sinais anunciavam o nascimento de um ser excepcional.

Naquele imemoriável tempo, a terra já se encontrava com numerosa população que errava em busca de alimentos que a natureza dava, e que já eram escassos para todos os que dela dependiam. Para acabar com a fome, e fazer com que o homem cultivasse os seus próprios alimentos, Shen Nong ensinou-os a tratar dos campos e a cultivar os “cinco grãos”[iii].

A divindade tratou de criar para o homem todos os instrumentos necessários à agricultura, como a enxada, o arado, o machado, mas ensinando-os também a encontrar as minas de água e a fazer poços, a utilização da água para a agricultura, nomeadamente as técnicas de irrigação. Com o rápido crescimento da actividade agrícola as sementes começaram a surgir em grande quantidade, pelo que Shen Nong criou um método para a sua conservação, assim como a troca de sementes e de produtos através da instituição do um mercado semanal de agricultores. Outro instrumento importante para a agricultura foi a invenção do calendário, atribuído a várias figuras da mitologia. Contudo, terá sido Shen Nong quem terá instituído a sua divisão em 24 termos, com informação importante para o mundo rural. A ele se atribui também a instituição do sacrifício ritual de agradecimento pelas colheitas, o Rito Laji. A esta augusta divindade se deve ainda a olaria e a metalurgia.

 

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Deus da Medicina

Shen Nong, conhecedor que era da natureza, principalmente do reino vegetal, dedicou-se à procura da cura das doenças dos homens através do uso das ervas dos campos e da floresta. Para tal, dispunha de uma vara avermelhada com poderes tais que bastava tocar uma qualquer erva para saber logo se ela era ou não venenosa, e até se a sua natureza era quente ou fria. Uma vez detectada a sua pureza e natureza, ele podia, então determinar quais as suas capacidades e poderes curativos numa ou várias maleitas. Contudo, só prescrevia os seus remédios depois de testados no seu próprio corpo. Ora aqui surge mais uma maravilha que torna possível esta assunção de cobaia por parte da divindade – é que o seu corpo era transparente! Segundo a mitológica lenda ele chegava a ficar envenenado mais de setenta vezes por dia, mas podendo observar qual a parte do corpo atingida, também podia verificar o efeito das ervas que ingeria para a cura da doença, assim como os efeitos de antídoto de outras, no caso de violenta toxicidade.

Shen Nong sacrificando o seu corpo diariamente para bem da humanidade acabaria por não resistir. Um dia, durante as suas pesquisas, comeu uma erva desconhecida com uma flor amarela que lhe seria fatal rasgando-lhe de imediato os intestinos e sem que tivesse tido tempo de tomar a sua tisana antídota. No campo da Medicina também lhe são atribuídas, entre outras, a invenção, da acupunctura, da moxabustão, e o diagnóstico através da pulsação. Devido à sua actividade quer no ensino dos métodos agrícolas, e criação dos artefactos necessários, quer na procura da cura para os males da humanidade através do estudo e utilização das plantas, a divindade é tida como protectora dos agricultores, dos comerciantes de arroz, e dos praticantes da Medicina Tradicional Chinesa que, no dia do seu aniversário, no 26.º dia da 4.ª Lua, a ele sacrificam.

 

O Primeiro dos Cinco Imperadores

Huangdi (黃帝,黄帝) o célebre Imperador Amarelo, o primeiro dos Cinco Imperadores (para outros o terceiro dos Três Augustos),é conhecido por vários outros títulos entre eles o de Senhor do Universo, sendo tido como o criador da China e da cultura chinesa, por isso também considerado ancestral de todos os chineses. A sua ascensão a tão honroso patamar não foi fácil envolvendo algumas míticas batalhas que o guindaram ao topo das divindades.

 

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A grande batalha de Zhuolu

Aliados, Huang Di e o seu meio-irmão (por vezes surge como irmão) Yan Di (炎帝) enfrentam a invasão liderada por Chiyou (蚩尤, 蚩尤) o chefe das nove tribos Li (九黎). A batalha decisiva e que dará a vitória ao Imperador Amarelo ter-se-á desenrolado nos campos de Zhuolu, tendo ficado conhecida pelo nome do local ( 涿鹿之戰 , 涿鹿之战). Estavam já preparados os exércitos de ambos os lados para o início da contenda, quando Chiyou usando dos seus poderes maléficos extraordinários, espirra sobre a formação de Huang Di, espalhando com esse espirro um cerrado nevoeiro que durante três dias desnorteou por completo os exércitos da fraternal aliança, que vagueavam sem terem percepção das suas posições. É então que Huang Di usando da sua grande invenção, a bússola, acaba por transformar esse nevoeiro num elemento positivo para a sua estratégia, já que servirá de protecção para os seus homens que, assim, conseguem vencer a batalha atingindo as posições do inimigo sem que fossem vistos. Os irmãos depois da derrota de Chiyou separam-se devido a problemas relacionados com a influência que Yan Di procura exercer junto das diversas tribos para se lhe submeterem. Contudo, a maioria dos chefes tribais apoiam Huang Di. No horizonte adivinha-se nova batalha, agora entre os irmãos desavindos.
O senhor Supremo do Universo

Huangdi governava metade do universo, enquanto o seu meio-irmão Yan Di governava a outra parte. A harmonia não era a divisa da família, e a luta pelo poder, acabou por vir ao de cima gerando um medir de forças. Formaram-se os exércitos para a luta pelo controlo do Mundo. Huang Di reuniu generais e soldados, todo um exército fantástico, usando como carregadores de armas e provisões uma legião de animais, onde sobressaiam tigres, e leopardos. Como símbolos dos seus estandartes arregimentou aves de rapina, entre elas, águias e abutres.

A grande batalha, a terceira e última da disputa, viria a acontecer nos campos de Banquan. A batalha que ficou conhecida pelo nome deste local (阪泉之戰,阪泉之战) terminou com a vitória do Imperador Amarelo, aclamado pelas tribos como “Filho do Céu”. Huangdi passa então a governar todo o universo, é o Senhor Supremo do Universo, tornando-se, também, Deus do Centro, com lugar cativo no centro da Corte Celestial. Yan Di, derrotado, retira-se assumindo a divindade do Sul.

 

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Esta batalha é tida como criadora da tribo Huaxia (華夏) federação de tribos que se desenvolveram ao longo do Rio Amarelo, e que são tidas como os ancestrais étnicos dos Han. Por isso Huang Di é reconhecido como o criador da civilização e cultura chinesas, o ancestral de todos os chineses, até daqueles que não pertencem à etnia Han.

Para celebrar a vitória, Huang Di, convoca os deuses para uma assembleia onde nomeia as divindades para as restantes direcções a serem preenchidas, nomeadamente o Oeste e o Norte, já que Fu Xi detinha a divindade do Este. Huang Di como Senhor do Universo estabelece uma nova ordem dos deuses, nomeia então as divindades para ocuparem os cargos livres: para Deus do Oeste nomeia Shaohao (少昊) para o Norte Zhuan Xu (顓頊,颛顼). Estes deuses serão, também, os restantes quatro imperadores do mítico grupo dos Cinco Imperadores, segundo o “Livro das Canções de Chu” (楚辭)[iv].

Para além de criador da China, ao Imperador Amarelo se atribuem inúmeras invenções, algumas compartilhadas com outras mitológicas criaturas como a dos caracteres chineses (com Cang Ji) ou de instrumentos musicais, como o Guqin (com Fu xi e Shen Nong); da bússola, do arco e flecha, também da arte de construção de casas, palácios e barcos; da confecção de vestuário (a Luo Zu, a primeira das suas quatro mulheres, é atribuída a criação da seda, através dos bichos da seda, e os ensinamentos da arte a todo o povo chinês.); do cálculo matemático e da astronomia; da divisão das terras agrícolas; e entre muitas outras, da criação do calendário chinês, com os seus ciclos de sessenta anos, inspirados no mesmo número de anos do seu fantástico reinado, e até do ancestral do futebol, o “Cuju” (蹴鞠). Digamos que qualquer invenção ou traço da cultura chinesa não escapará à sua produção inventiva. Exaltando a transcendência de Huang Di a ele se atribui o gigantesco trabalho de estabelecer no firmamento a ordem do Sol, da Lua, e das constelações.

 

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Huang Di etimologicamente significa amarelo daí, também a designação de Imperador Amarelo, oriundo, segundo o mito, da civilização do Rio Amarelo, sendo baseada nesta cor a simbologia imperial. Para alguns a temática da cor torna-se determinante na explicação do reconhecimento de Huang Di como o ancestral de todos os chineses.

O Imperador Amarelo deixa ao mundo uma China organizada em todos os aspectos, de gente orgulhosa pela sua terra e cultura. O seu nome virá a ser recuperado pelo Primeiro Imperador, Qin Shi Huang Di (秦始皇), o unificador da China que governou de 259 a.C. a 210 a.C.

 

*Historiador, Mestre em Relações Interculturais

 

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[i] Também conhecido por Ku (嚳, 喾) ou Di Ku (帝嚳 , 帝喾,) o terceiro dos Cinco Imperadores, seria neto ou bisneto, do Imperador Amarelo, segundo uma das versões.

[iii]Apenas como exemplo anotemos que na versão do Livro dos Ritos, compilado por Confúcio, os “cinco grãos” são: a soja (豆), o trigo (麦), o sorgo (黍),o milho painço (稷) e o cânhamo. Numa outra versão o cânhamo é substituído pelo arroz ().

[iv] Antologia de poesia tradicional chinesa coligida, na época dos Estados Guerreiros, tarefa que se atribui aos poetas Qu Yuan e Song You.