Dados dos Serviços de Alfândega da China – publicados no portal do Fórum Macau – indicam que, nos primeiros nove meses do ano, a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 47,81 mil milhões de dólares (43,91 mil milhões de euros) – menos 31,06% – e vendeu produtos no valor de 28,66 mil milhões de dólares (26,32 mil milhões de euros), menos 13,76%.
O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 55,6 mil milhões de dólares (51,08 mil milhões de euros) até Setembro, menos 18,51% face a igual período do ano passado.
As exportações da China para o Brasil atingiram 21,9 mil milhões de dólares (20,18 mil milhões de euros), traduzindo uma quebra de 14,51%, enquanto as importações chinesas totalizaram 33,6 mil milhões de dólares (30,9 mil milhões de euros), reflectindo uma descida de 20,9% em termos anuais homólogos.
Com Angola, o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia, as trocas comerciais caíram 44,9% para 15,5 mil milhões de dólares (14,2 mil milhões de euros) entre Janeiro e Setembro.
Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 2,93 mil milhões de dólares (2,69 mil milhões de euros) – menos 24,34% – e comprou mercadorias avaliadas em 12,6 mil milhões de dólares (11,59 mil milhões de euros), ou seja, menos 48,21% comparativamente aos primeiros nove meses de 2014.
Já com Portugal, terceiro parceiro da China no universo de países de língua portuguesa, o comércio bilateral ascendeu a 3,3 mil milhões de dólares (3,10 mil milhões de euros) – menos 6,39% –, numa balança comercial favorável a Pequim que vendeu a Lisboa bens na ordem de 2,19 mil milhões de dólares (2,01 mil milhões de euros) – menos 5,89% – e comprou produtos avaliados em 1,18 mil milhões de dólares (1,09 mil milhões de euros), menos 7,30%.
O comércio sino-lusófono encontra-se em rota descendente desde o início do ano, somando quebras anuais homólogas consecutivas até Setembro. “A conjuntura económica mundial encontra-se perante vários desafios (…). O abrandamento do comércio internacional e a redução dos preços das mercadorias reflectiu-se no valor das importações e das exportações da China”, afirmou o secretário-geral do Fórum Macau, notando, porém, que em termos da quantidade do volume não houve uma diminuição, mas antes um aumento.
Chang Hexi comentou a tendência numa entrevista publicada no mais recente boletim trimestral do próprio Secretariado Permanente do Fórum Macau – datado do início de Setembro.
Só nesse mês, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa cifraram-se em 8,63 mil milhões (7,9 mil milhões de euros), um decréscimo de 5,62% face ao mês anterior.
Desde o início do ano – e até Setembro – o valor mensal das trocas comerciais apenas superou a barreira dos 10 mil milhões de dólares uma única vez (Julho).