“(A reunião) acrescentará em muito o conhecimento das nossas identidades”, disse à Lusa Vítor Ramalho, secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).
As declarações foram feitas à margem da apresentação do VI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa (EELP), que vai decorrer na cidade da Praia – entre 1 e 3 de Fevereiro – e é organizado pela UCCLA com a colaboração com a câmara municipal da cidade da Praia. “A literatura é um elemento absolutamente decisivo para a afirmação da identidade dos nossos povos e países e também para a afirmação dos países de língua oficial portuguesa no mundo”, afirmou ainda Vítor Ramalho.
Para o secretário-geral da UCCLA, “escrevemos na quarta língua mais falada no mundo. Não é por acaso que, há alguns anos, a literatura em língua portuguesa foi galardoada com um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago, em 1998)”.
“Esse prémio poderia ter sido atribuído a um escritor brasileiro, angolano, moçambicano ou dos demais países lusófonos, porque há escritores com um nível universalista e com uma concepção humanista de tal maneira forte que nos caracteriza que é impensável que isso não ocorresse”, sublinhou.
“Nós vamos em Cabo Verde (durante o VI Encontro) tratar do problema da identidade das insularidades e ao falarmos de insularidade, estamos a falar de países, para além de Cabo Verde, como São Tomé e Príncipe e também das ilhas portuguesas, de Timor-Leste e as demais ilhas no espaço lusófono”, afirmou.
Vítor Ramalho acrescentou que “serão cerca de 30 escritores” a participar no evento.
Estão já confirmadas as presenças dos escritores Ana Paula Tavares e José Luís Mendonça (Angola); João Paulo Cuenca (Brasil); Ondina Ferreira, Abraão Vicente, Germano Almeida, Vera Duarte, João Lopes Filho, e Arménio Vieira (Cabo Verde); Ricardo Pinto e Yao Jingming (Macau); e Luís Patraquim (Moçambique).
De Portugal, estão confirmados os escritores João de Melo, José Fanha, José Luís Peixoto, Miguel Real, José Medeiros e Nuno Rebocho; Goretti Pina, de São Tomé e Príncipe; e Luís Cardoso (Takas), de Timor-Leste.
Na abertura do evento intervirão o chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o presidente da câmara da Praia, Óscar Santos, assim como Vítor Ramalho e João de Melo, representantes dos escritores. Haverá uma homenagem ao escritor cabo-verdiano Corsino Fortes, falecido em Julho de 2015, por Germano Almeida.
Nessa mesma sessão serão ainda apresentados dois prémios de literatura e a última edição do livro do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa.
No VI EELP serão analisados em painéis os temas “A Literatura e a Diáspora” (1 de Fevereiro), “A Literatura e a Insularidade” (2 de Fevereiro) e a “Poesia e a Música” (3 de Fevereiro).
Haverá ainda um painel, no segundo dia do encontro, para a apresentação de novos escritores de Cabo Verde, entre os quais, Carmelinda Gonçalves, Dâmaso Vaz, Helder Fortes e Natacha Magalhães.
No âmbito do encontro serão também realizadas atividades paralelas – que começam a 31 de Janeiro e terminam a 4 de Fevereiro – como uma visita ao antigo campo de concentração do Tarrafal; uma feira/mostra de livros; a inauguração da exposição “Casa dos Estudantes do Império – 1944-1965, Farol da Liberdade”, no Centro Cultural Português na Praia (Embaixada de Portugal), entre outras iniciativas.
O Presidente cabo-verdiano também fará parte de uma mesa redonda que tratará da obra de Arménio Vieira, juntamente com Ondina Ferreira, no último dia da iniciativa, antes do encerramento do encontro.
O fecho da iniciativa contará ainda com as intervenções do ministro da Cultura cabo-verdiano, Mário Lúcio Sousa, do secretário-geral da UCCLA e do vereador da cultura da câmara da Praia, António Lopes da Silva.
As primeiras quatro edições dessa iniciativa foram realizadas na cidade de Natal, no Brasil, e a quinta edição na cidade de Luanda, em Angola.