Revista digital quer promover intercâmbio cultural entre Macau e Lisboa

Com a ideia de fundo de promover o intercâmbio cultural, a mART, recentemente lançada, apresenta-se como uma revista cultural digital, em inglês, essencialmente focada em Macau mas com um “cheirinho” de Lisboa.

“Surgiu, no fundo, para aproximar os nossos dois mundos, Macau e Lisboa. Claro que é difícil limitar uma revista a conteúdos só de Macau e de Lisboa, especialmente uma revista na Internet – que não tem fronteiras -, mas a nossa ideia é, no fundo, ter Macau como porta para a Ásia e Lisboa como porta para a Europa”, explicou à agência Lusa Luciana Leitão, fundadora da mART.

O projecto pretende cruzar “diferentes ideias, conceitos, iniciativas feitas de um lado e do outro”, permitindo que o acesso aos que se interessam pela cultura e pelas artes “esteja concentrado numa única plataforma”, realçou a jornalista, ressalvando que a ideia não é ser um agência de notícias culturais, mas oferecer “reportagens mais alargadas, textos mais profundos e dar até outra roupagem aos assuntos” e “ir à caça de outras coisas que normalmente não se veem”.

Concebida por duas jornalistas (Luciana Leitão e Sofia Jesus) e um ‘webdesigner’ (Sérgio Rola) – todos portugueses a residir em Macau –, a mART conta ainda com uma colaboradora (Maria João Caetano) em Londres. A autoria do logótipo da mART é do ‘designer’ gráfico João Jorge Magalhães.

De segunda a sexta-feira saem, diariamente, duas notícias: uma de Macau e uma de Lisboa. Depois, a cada dia da semana corresponde uma crónica. À segunda-feira há sugestões musicais, à terça de literatura, na quarta-feira é proposto um local de interesse, enquanto na quinta as sugestões são de cinema e, por fim, à sexta é deixada uma ideia para o fim-de-semana.

A mART conta ainda com uma galeria virtual: “De três em três meses desafiamos artistas de Macau e de Lisboa mediante um tema escolhido por nós a prepararem um trabalho que depois é exibido na secção do ‘showcase’”, explicou Luciana Leitão.

Nos planos a curto prazo da mART figura, a par de uma ‘newsletter’, o lançamento de uma agenda de Macau. “Somos uma empresa de Macau e temos sobretudo conteúdos de Macau, mas conseguimos encaixar uns pozinhos de Lisboa. Temos algumas reportagens de Lisboa, mas [a proporção] não é 50-50. É sobretudo Macau com um cheirinho de Lisboa. A agenda vai incluir tudo o que se passa em termos culturais”, afirmou a jornalista.

Criar uma espécie de base de dados com pequenas biografias, indicações, contactos de artistas, actividades e associações ligadas à cultura também é uma ideia a pôr em prática em breve.

Sobre a escolha do inglês, Luciana Leitão reconheceu que os mentores da mART gostariam que fosse na sua língua materna, “por questões lógicas”, mas a língua de Camões poderia não cumprir a missão de base. “A verdade é que se tens um projecto em que o objectivo é também aproximar diferentes comunidades – não só de Macau, mas de Lisboa e até, no futuro, podemos falar de outros sítios no mundo se crescermos – então nunca poderia ser só em português. Tinha de ser em inglês para chegar a um maior número de pessoas”, defendeu.

No arranque, todos os conteúdos são abertos, até porque “as pessoas têm de conhecer o projecto para gostarem dele”, sublinha Luciana Leitão.