Fundo chinês aprecia mais de 20 candidaturas para investimentos lusófonos

O Banco de Desenvolvimento da China aprecia mais de 20 candidaturas ao fundo de mil milhões de dólares criado há três anos para financiar projectos de investimento em países lusófonos, estando "em execução" os únicos dois aprovados até agora.

Estas informações foram dadas aos jornalistas pelo secretário-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (conhecido como Fórum Macau), Chang Hexi, no final da 11.ª reunião do secretariado permanente deste organismo.

A equipa que gere o fundo fez um “ponto de situação” ao secretariado do Fórum Macau e, segundo Chang Hexi, a demora na aprovação de mais candidaturas justifica-se com falhas na apresentação de documentos, faltando muitas vezes alguns “básicos”.

Chang Hexi garantiu que há neste momento “quatro a cinco” projectos em apreciação que terão uma “decisão em breve” e que há outros 20 “de reserva”, em que a equipa do fundo vai “estudar a possibilidade” de financiamento.

Segundo afirmou, há candidaturas para financiamento de projectos no Brasil, Cabo Verde ou Timor-Leste.

Um projecto agrícola em Moçambique, da empresa chinesa Wanbao, foi o primeiro a obter financiamento do fundo, criado oficialmente em Junho de 2013 por iniciativa conjunta do Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau.

A assinatura do financiamento deste projecto pelo fundo foi em Novembro de 2013, em Macau.

Avaliado em aproximadamente 200 milhões de dólares, o projecto, na região do baixo Limpopo, perto da cidade de Xai-Xai, obteve “luz verde” do fundo, que contribuiu com dez milhões, segundo o que foi noticiado na altura.

O outro projecto aprovado e já em execução, proveniente de Angola, está relacionado com o fornecimento de equipamentos para a distribuição de electricidade e água.

O Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, de 1.000 milhões de dólares (800 mil milhões de euros), tem como objectivo apoiar as empresas do interior da China e de Macau no investimento nos países de língua portuguesa e atrair o de lusófonas na China.

Na reunião, o secretariado permanente do Fórum Macau aprovou também o plano de actividades para 2016, tendo Chang Hexi reiterado que a prioridade é a organização da 5.ª conferência ministerial, que terá lugar no final de Ooutubro ou no princípio de Novembro.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne ao nível ministerial de três em três anos.

No Fórum Macau participam a China, Portugal, Angola, Brasil, Moçambique, Timor-Leste, Guiné-Bissau e Cabo Verde. São Tomé e Príncipe está excluído por manter relações diplomáticas com Taiwan em detrimento de Pequim.