Nova biblioteca central de Macau pode custar menos do que estava estimado

O presidente do Instituto Cultural de Macau disse que a nova biblioteca pode custar menos do que as cerca de 900 milhões de patacas inicialmente avançadas, um valor que inclui apenas a construção.

“Através do diálogo, chegámos a dois objectivos. Primeiro quero esclarecer que o orçamento de 900 milhões de patacas não é um valor exacto, não é um montante concreto. Prevemos que possa ser reduzido, é uma estimativa”, afirmou Guilherme Ung Vai Meng, em conferência de imprensa.

A nova biblioteca central, um projecto previsto para o edifício do antigo tribunal e polícia judiciária, no coração da cidade, contempla 11 pisos e uma área de 33.000 metros quadrados.

Em 2008 foi objecto de um concurso público, que entretanto foi alvo de uma investigação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) e posteriormente suspenso, segundo a imprensa local. “Na altura, o Instituto Cultural, que promoveu o concurso de ideias para o edifício, pediu ao CCAC uma investigação porque os dois primeiros lugares do concurso foram entregues a propostas diferentes, mas apresentadas pela mesma arquitecta, Vong Man Cheng, que trabalhava para a CAA, empresa responsável pelo estudo preliminar”, escreveu o Jornal Tribuna de Macau.

O orçamento da nova biblioteca central de Macau foi referido na sexta-feira pelo presidente da Assembleia Legislativa, que disse que, caso o projecto fosse confirmado, iria chamar o Governo no início da próxima sessão legislativa, em Outubro, para explicar o valor. “Não temos elementos [suficientes], precisamos de uma sessão de apresentação”, disse Ho Iat Seng, durante o balanço anual dos trabalhos do hemiciclo.

Entretanto, Ung Vai Meng disse que “o Instituto Cultural não é, de facto, o empreiteiro; é o utilizador”. “Esta verba de 900 milhões de patacas é referente ao ano de 2015 e prevê um aumento de 5% da inflação ao ano. Mas será que o aumento da inflação vai ser 5% ao ano? (…) Se a inflação não for tão alta vai descer para 700 milhões de patacas”, afirmou.

Segundo Ung Vai Meng, o valor foi apresentado pelas Obras Públicas, com base em cálculos sobre custos de materiais até 2019 e valor do preço do metro quadrado.

O presidente do Instituto Cultural observou que se trata de um projecto preliminar e que na próxima fase é preciso aprofundar o design detalhado da nova biblioteca central.

Segundo informação divulgada no início do mês pela TDM, em Setembro começa o concurso público para demolir parte do edifício e as obras de demolição deverão arrancar no final deste ano ou início de 2017. Posteriormente será adjudicado o concurso para o projecto de arquitectura, e o objectivo é ter concluído o de “design profundo” em 2018.

O concurso deverá atrair “talentos locais” e não deverá ser aberto a designers internacionais, disse Ung Vai Meng. “Temos de fazer isto aberto, transparente e justo, [mas neste fase] não podemos divulgar mais sobre o assunto”, afirmou.

De acordo com a TDM, a nova biblioteca central deverá abrir portas em 2020.