Economia de Macau voltou a crescer após dois anos de contracção

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A economia de Macau voltou a crescer ao fim de dois anos de contração, com o Produto Interno Bruto (PIB) a aumentar 4% no terceiro trimestre, comparando com o mesmo período de 2015, segundo dados oficiais divulgados.

“Este crescimento positivo” no terceiro trimestre (Julho a Setembro) “verificou-se pela primeira vez nos últimos dois anos devido aos ressurgimentos da subida das exportações de serviços e do investimento”, segundo os serviços de estatística da região, que realçam, neste contexto, o aumento das exportações de serviços do jogo (0,2%) e outros serviços turísticos (6,5%), que ainda no trimestre anterior haviam caído 9,9% e 6%, respectivamente, comparando com igual período de 2015.

Segundo o mesmo comunicado, no terceiro trimestre deste ano, a formação bruta de capital fixo (investimento) cresceu 2,3%, depois de ter caído 20% nos três meses anteriores, comparando com 2015.

Macau é o maior centro de jogo do mundo e a economia assenta nas receitas dos casinos, que caíram entre Junho de 2014 e Agosto deste ano.

Arrastado pelas receitas do jogo, o PIB de Macau começou a cair no terceiro trimestre de 2014, ano em que, pela primeira vez desde a transferência da administração de Portugal para a China, em 1999, a economia local diminuiu (-1,2%, segundo dados oficiais revistos e publicados).

Em 2015, o PIB caiu 21,5% e nos primeiro e segundo trimestres deste ano voltou a contrair-se 12,4% e 7%, respectivamente, na comparação homóloga com 2015, segundo os dados revistos.

Com o crescimento de 4% no terceiro trimestre, no conjunto dos primeiros nove meses deste ano, o PIB de Macau caiu 5,4%, em relação ao mesmo período de 2015.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou em Outubro que o PIB de Macau caia 4,7% este ano, uma contração menor do que os 7,2% que estimava em Abril, e que em 2017 cresça 0,2%.

O Governo de Macau prevê que as receitas dos casinos rondem os 200 mil milhões de patacas em 2017, na linha do estimado para este ano, e o crescimento “a um dígito” da economia, disse o Chefe do Executivo, Chui Sai On, na semana passada.

Sobre 2016, realçou que, apesar do “ajustamento profundo, a conjuntura geral continua a apresentar estabilidade”, apontando que a taxa de desemprego se manteve abaixo dos 2%, que a inflação foi menos de 3% e que a região tem finanças públicas “estáveis”.

Apesar da recessão e da queda do jogo, maior fonte das receitas públicas por causa dos impostos de 35% sobre as receitas dos casinos, Macau continua a registar superavits nas contas públicas.

A queda do jogo ao longo de 26 meses tem sido associada à desaceleração da economia chinesa e à campanha anticorrupção lançada por Pequim, que parece ter afastado os grandes apostadores chineses dos casinos de Macau, cujas receitas continuam a depender em mais de 50% deste jogo VIP.