Macau pode vir a receber 40 milhões de visitantes em 2025

Macau pode receber até 40 milhões de visitantes em 2025, o que representa um aumento de quase 30% em relação ao ano passado, foi anunciado na apresentação do Plano Geral de Desenvolvimento da Indústria do Turismo.

Macau, com apenas cerca de 30 quilómetros quadrados e uma população estimada em 648,4 mil habitantes, e o único local em toda a China onde o jogo é permitido, recebeu 30,9 milhões de visitantes em 2016, a maior parte chineses.

As estimativas de crescimento moderado referidas no plano indicam 3% a 5% de crescimento anual de visitantes, atingindo entre 38 e 40 milhões em 2025. A verificar-se essa estimativa, estamos perante um aumento de 29,4% no número de visitantes de Macau.

Numa estimativa de baixo crescimento, ou seja, entre 1% e 2% em termos anuais, as previsões para 2025 apontam para entre 33 e 35 milhões de visitantes.

Em declarações à imprensa à margem da apresentação, a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, disse que o Governo não tem como meta atingir esses 40 milhões de visitantes no espaço de oito anos, mas que essa é uma possibilidade para a qual é preciso estar preparado e dar reposta. “É uma previsão, de acordo com as tendências e com o que está a acontecer no mundo, e de acordo com muitos estudos que temos feito, é uma possibilidade”, afirmou.

“Por causa disso, temos de ter planos concretos. Se isso se concretizar, como é que vamos fazer? Estamos a falar em criar novas zonas, gerir melhor o fluxo de turistas, e estar preparados para dar resposta em termos de aumento, mas não estamos à procura activamente deste aumento”, acrescentou.

Dada a reduzida dimensão da cidade e os constrangimentos causados pelo elevado número de visitantes, nos últimos anos tem sido discutida a possibilidade de haver um tecto máximo para a recepção de turistas.

Questionada sobre se foi equacionada novamente essa hipótese, Senna Fernandes respondeu que a solução é uma melhor gestão. “Desde há dois ou três anos estivemos sempre em discussão com as autoridades do interior da China para gerir melhor o fluxo de turistas, porque já sabemos que a porção maior dos nossos turistas são do interior da China. Por causa disso, já existe alguma política ou estratégia em termos de não permitir um [número] muito grande em termos dos turistas oriundos da China”, afirmou.

Senna Fernandes disse também que a cidade tem capacidade para acolher mais turistas, e defendeu que não há qualquer mudança de posição por parte do Governo. “Não estamos a mudar o nosso discurso. Não estamos à procura de aumentar muito o número de turistas e por causa disto foi feita esta discussão com as autoridades do interior da China, mas esta é uma possibilidade”, afirmou.

Para a directora dos Serviços de Turismo, “é possível aumentar a capacidade de acolhimento” com “aumentos em termos dos produtos turísticos” e com “o crescimento da infra-estrutura da cidade”.

Senna Fernandes referiu, por outro lado, o objectivo de captar outro perfil de turista do interior da China: “Daqui para a frente (…) também vai haver uma diferente composição dos turistas do interior da China, porque neste momento existem ainda as excursões de baixo custo”, disse.

A aposta passa por atrair visitantes que “possam ter maior interesse em procurar diferentes produtos de Macau e ter uma maior capacidade financeira”, observou.

A directora dos Serviços de Turismo defendeu ainda melhorias nas infra-estruturas de transportes, e apontou a futura ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau como a “mais importante para conseguir uma ligação directa ao aeroporto de Hong Kong”, referindo também que é preciso “promover melhor” o serviço já existente que faz a conexão entre os barcos que ligam as duas regiões especiais chinesas aos respectivos aeroportos.

A ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, considerada a maior travessia do mundo sobre mar, deverá ser concluída este ano.

Por outro lado, o metro ligeiro de Macau, que no plano apresentado surge descrito como a “espinha dorsal” para melhorar o trânsito na cidade, é visto como “uma possibilidade de melhorar e de dar uma melhor resposta aos transportes, sobretudo na área da Taipa e do Cotai [zona de casinos entre as ilhas da Taipa e de Coloane]”.

“O metro ligeiro, em princípio, será concluído em 2019, e este é uma peça importante em termos de política de transporte de Macau, não é só o turismo”, afirmou.