Apelo ao contributo de Macau e Hong Kong

No âmbito das comemorações do 40.º aniversário da Reforma e Abertura Nacional, o Presidente Xi Jinping sublinhou o papel único e insubstituível das regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong para a reforma e abertura da China na nova era. Por isso, deixou o apelo para que as duas regiões se integrem melhor no desenvolvimento geral da nação

Texto Bruna Pickler 

O Presidente do País, Xi Jinping, apelou em Novembro aos “compatriotas em Macau e Hong Kong” para que participem de forma mais “proactiva” na reforma e abertura da China, com “sincero patriotismo”. Os comentários foram proferidos quando o Presidente se reuniu com uma delegação de cerca de 210 representantes das duas regiões administrativas especiais (RAE), que estiveram em Pequim para celebrar o 40.º aniversário da Reforma e Abertura Nacional.

A posição e o papel de Macau e Hong Kong só serão fortalecidos em vez de enfraquecidos, frisou o Presidente. As duas RAE devem continuar a desempenhar um papel de liderança e permitir que mais capital, tecnologia e talento participem do desenvolvimento de alta qualidade do País e numa nova era de abertura ao mundo, acrescentou.

Xi Jinping considerou que a abertura e a reforma económica encetadas pela China nas últimas quatro décadas foram as bases que permitiram que Macau, Hong Kong e o Interior do País se complementassem e prosperassem juntos, com as duas RAE a integrarem o seu desenvolvimento com o progresso do País.

O Presidente referiu que a reforma e a abertura do País, assim como o conceito “um país, dois sistemas”, entraram numa nova era. Para as duas RAE, a reforma e a abertura do país constituem a maior plataforma, com a construção conjunta da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e o desenvolvimento da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, representando grandes novas oportunidades.

No caso de Macau [ver caixa], Xi Jinping exortou esta região a intensificar o seu desenvolvimento como um centro mundial de turismo e lazer e uma plataforma de cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa. Já no caso de Hong Kong, o Presidente pediu o reforço do papel de centro financeiro, marítimo e comercial internacional, e a intensificação do desenvolvimento da região num centro internacional de inovação, ciência e tecnologia.

Chui Sai On discursou sobre a participação de Macau nos 40 anos da reforma nacional

O balanço de Macau

Num balanço da deslocação da delegação de Macau a Pequim, o Chefe do Executivo da RAEM, Chui Sai On, expressou satisfação pelo facto de o Presidente ter recebido a delegação da RAEM e revelou ainda que, durante o encontro, Xi Jinping proferiu um discurso importante e fez uma retrospectiva sobre o grande esforço e contributo que individualidades de vários sectores de Macau e Hong Kong prestaram para a reforma e abertura nacional.

Chui Sai On considerou que as funções de Macau enquanto plataforma entre a China e os países de língua portuguesa são bastante visíveis e que a região possui uma série de vantagens na área do turismo e na estreita ligação com os países lusófonos. Além disso, destacou o bom desenvolvimento conseguido em parceria com as regiões vizinhas, numa complementaridade de vantagens que trazem novas dinâmicas à reforma e abertura na nova era.

Mudança radical

A China criou cerca de 375 milhões de empregos desde o início da reforma e abertura (1978) até 2017, segundo informação divulgada pela agência de notícias Xinhua. O número de empregos tanto rurais como urbanos no País totalizou 776 milhões no fim do ano passado, um aumento de 93 por cento em comparação com dados de 1978.

Nas zonas urbanas, 425 milhões de pessoas encontravam-se empregadas no fim de 2017, um aumento de 346 por cento em relação a 1978.

O salto na criação de postos de trabalho foi acompanhado pelo forte crescimento económico. O PIB registou um crescimento anual médio aproximado de 9,5 por cento nos últimos 40 anos.

Durante as últimas décadas, a taxa de desemprego registado nas áreas urbanas manteve-se num nível relativamente baixo. De meados dos anos 1980 até o fim do século XX, a taxa era menor que 3,1 por cento, e desde então ficou entre 4 e 4,3 por cento, antes de cair para 3,9 por cento em 2017, ainda segundo a agência de notícias Xinhua.

A tendência positiva tem-se mantido durante 2018. Um total de 7,52 milhões de novos empregos foi gerado nas áreas urbanas nos primeiros seis meses deste ano, 170 mil a mais que o mesmo período do ano passado. A taxa de desemprego registado nas áreas urbanas ficou em 3,83 por cento no primeiro semestre.

4 desejos para Macau

Chui Sai On referiu que Xi Jinping apresentou quatro desejos para que Macau e Hong Kong continuem a potenciar as suas vantagens por forma a se integrarem na conjuntura de desenvolvimento da nova era do País

1. O empenho de toda a população de Macau na participação da economia do
País. Reforçar a construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer e da
Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países
de Língua Portuguesa

2. Potenciar as suas vantagens e inovar os sistemas e mecanismos para
impulsionar a circulação de elementos com os quais se possa cultivar uma
nova dinâmica de crescimento económico no âmbito da Grande Baía
Guangdong-Hong Kong-Macau e na construção da iniciativa “Uma Faixa, Uma
Rota”

3. Melhorar a implementação da Constituição e da Lei Básica de Macau,
aprofundando os seus conhecimentos sobre essas leis e tendo em
consideração que a implementação da Lei Básica dá garantias à sociedade;
ao mesmo tempo, o governo precisa de elevar a sua capacidade de governação.
Impulsionar activamente o intercâmbio cultural a nível internacional

4. Macau sendo um local de cultura chinesa, em harmonia e convivência com
outras culturas, propicia o intercâmbio entre as culturas oriental e ocidental.
Para manter as suas características de cidade internacional, é necessário
aproveitar as vantagens de comunicação com o exterior para espalhar a cultura
chinesa, promovendo a história chinesa e o sucesso da concretização em
Macau da medida “Um País, Dois Sistemas”.