Presidente chinês elogia estabilidade de Macau e deseja o mesmo para Hong Kong em 2020

O Presidente chinês elogiou esta terça-feira a estabilidade e a prosperidade de Macau, numa mensagem de Ano Novo em que desejou o mesmo para Hong Kong, território que desde junho desafia Pequim com manifestações pró-democracia.

“Nos últimos meses, os nossos corações têm estado preocupados com a situação em Hong Kong. Sem um ambiente harmonioso e estável, como é que as pessoas podem viver em paz”, questionou Xi Jinping, num discurso de 15 minutos transmitido na televisão estatal.

“Desejo sinceramente a Hong Kong e aos nossos compatriotas de Hong Kong o melhor”, afirmou o líder chinês, sublinhando que “a estabilidade e a prosperidade” da ex-colónia britânica é um desejo “de toda a pátria”.

A este respeito, Xi deu como exemplo de sucesso Macau, onde, tal como em Hong Kong, é aplicado o princípio ‘um país, dois sistemas’, que lhes confere um elevado grau de autonomia, durante 50 anos, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.

“Há uns dias [a 20 de Dezembro], assisti às comemorações do 20.º aniversário do regresso de Macau à pátria e fiquei sensibilizado com a prosperidade e a estabilidade” do antigo território administrado por Portugal, declarou.

O sucesso de Macau “indica que o princípio ‘um país, dois sistemas’ é plenamente aplicável, exequível e popular”, acrescentou.

Xi recordou também o 70.º aniversário da fundação da República Popular da China, a 1 de Outubro, apontando a efeméride como o “momento mais memorável de 2019”.

“Aplaudimos as gloriosas realizações da República Popular nos últimos 70 anos e ficámos impressionados com a força do patriotismo”, declarou.

Por outro lado, Xi mencionou os sucessos diplomáticos do país em 2019, quando o número de países com laços oficiais com Pequim subiu para 180: “Temos amigos em todo o mundo”.

Estas palavras têm peso em Taiwan, onde se realizarão eleições presidenciais a 11 de Janeiro, após um ano em que a ilha continuou a perder aliados – Pequim exige a retirada do reconhecimento oficial de Taipé a fim de estabelecer laços diplomáticos.

Ao longo de 15 minutos, o Presidente chinês não mencionou diretamente a guerra comercial travada com Washington. Espera-se que a primeira fase do acordo comercial com a China seja firmada em meados de janeiro.

“Vou assinar em 15 de Janeiro uma grande e abrangente fase um do acordo comercial com a China. A cerimónia vai decorrer na Casa Branca e estarão presentes altos representantes chineses”, disse na terça-feira Donald Trump, numa mensagem publicada rede social ‘Twitter’.