Vacinar para mudar

O aviso é do Governo, que tem reforçado as campanhas de sensibilização para que a população se vá vacinar. O objectivo é atingir a imunidade de grupo. Nos últimos meses, tem-se registado um aumento da procura

Texto: Catarina Brites Soares

O que dizem os números

Um inquérito realizado pela Universidade de Macau (UM) concluiu que 60 por cento da população quer receber a vacina contra a Covid-19, mas que 35 por cento assume estar preocupado com os efeitos secundários. A equipa de investigação do Instituto de Ciências Médicas Chinesas da UM concluiu, no entanto, que oito em cada 10 entrevistados diz que o programa de vacinação actual é conveniente. Sete em cada 10 inquiridos acredita que a vacinação ajudará a prevenir a transmissão da doença na comunidade e considera a vacinação como um acto de responsabilidade social. No mesmo estudo é referido que se devia “optimizar a conveniência da vacinação aumentando a capacidade, acessibilidade e mobilidade dos locais de vacinação”; “promover parcerias com organizações para disseminar informações sobre vacinação ao público por meio de múltiplos canais”; “envolver profissionais de saúde para fornecer informações científicas sobre a vacinação ao público de modo a dissipar dúvidas e rumores”; e “encorajar o público a identificar objectivamente os riscos e benefícios de se vacinar, a fim de tomar medidas preventivas em tempo hábil e assumir a responsabilidade social”.

Partindo de resultados recolhidos em diferentes partes do mundo, a análise da UM corrobora que a vacinação contra a Covid-19 pode garantir protecção eficaz para as populações e, consequentemente levar à imunidade de grupo.

Com base em investigações de outras entidades, reconhecidas internacionalmente, é um facto que a vacinação reduz o risco de infecção, a gravidade dos sintomas e o perigo de morte se infectado com SARS-CoV-2. Diversos especialistas têm reforçado que os benefícios da vacina superam largamente os riscos, tendo em conta que os efeitos secundários perniciosos e reacções adversas são leves, temporárias e reversíveis.

O estudo da UM, realizado em Maio e com base em 552 inquéritos, admite que a situação local é estável, mas alerta que pode mudar tendo em conta os casos importados e o aumento das infecções em regiões limítrofes.

Os académicos referem ainda que, com o apoio de Pequim, Macau garantiu o acesso a um total de mais de 600 mil doses da vacina contra a Covid-19 produzida pela Sinopharm, doses “que são suficientes para vacinar totalmente pelo menos 300 mil pessoas”, além das vacinas de mRNA da BioNTech, também disponíveis no programa de vacinação de Macau. Os investigadores defendem que “com um fornecimento adequado de vacinas contra a Covid-19 em Macau, é necessário acelerar a vacinação de forma a obter imunidade colectiva e parar a pandemia”.